Há algum tempo vem ocorrendo uma mudança no mercado decorrente do aumento à adoção do conceito de Data Center definido por software, que consiste na extensão dos conceitos de virtualização (simplificação, criação de pools e automação) para todos os recursos e serviços do ambiente. O crescimento desse modelo é impulsionado principalmente pela possibilidade de armazenar dados em uma nuvem que pode crescer elasticamente para atender às demandas das empresas.
Nesse contexto é possível gerar grande retorno do investimento sobre o Data Center, uma vez que não são necessárias aquisições definitivas para ampliar sua estrutura, o que gera uma significativa redução de custo para as empresas.
Para a equipe de TI esse modelo também representa muitas facilidades em termos de administração e gerenciamento, já que permite uma visão muito clara da estrutura. Outro grande benefício é que a adoção do conceito de SDDC (do inglês, Software Defined Data Center) gera a possibilidade de execução de muitos projetos ao mesmo tempo, compartilhando recursos computacionais e evitando assim o desperdício dos recursos.
Mas como nem tudo é perfeito, ainda existem alguns pontos críticos que dificultam a consolidação do Data Center definido por software. As aplicações mais antigas e muito customizadas, por exemplo, que têm problemas de compatibilidade com hardwares e softwares mais atuais, geram uma complexidade grande de integração com os ambientes em nuvem. Além disso, existem os gargalos e custos elevados de conectividade e infraestrutura e a segurança das aplicações como fatores impactantes para a consolidação desse conceito.
À medida que o cloud for amadurecendo, o mercado pressionará para que o conceito evolua para solucionar esses impasses. Enquanto isso não acontece, a tendência é a adesão à cloud híbrida, que aceita a criação no ambiente do cliente de uma nuvem personalizada a qual permite ajustes necessários para rodar as aplicações mais críticas ou que não podem ser compartilhadas por questões de segurança ou performance, ao mesmo tempo que utiliza a cloud pública para projetos mais rápidos, sem questões de segurança ou performance que inviabilizam o compartilhamento.
Por fim, conclui-se que a definição do Data Center por softwares é um caminho sem volta para o mercado, pois resolve uma questão que assombrou as companhias por muito tempo. Há cinco anos, era necessário um alto e definitivo investimento em recursos para ampliação do parque de máquinas. A necessidade de flexibilidade foi o que impulsionou esse modelo a ganhar força. Cloud Computing é uma espécie de "self-service". Por meio dele, é possível entregar serviços mais rápidos e adquirir recursos com mais agilidade.
Já existem tecnologias muito maduras em termos de cloud computing, mas o amadurecimento do mercado em si só é possível à medida que as empresas adotem a tecnologia para identificar e discutir as necessidades que surgem. No exterior, como isso já é realidade as discussões sobre o conceito estão em outro patamar e giram em torno de gerenciamento e compartilhamento.
Juliana Ferreira, sócia-diretora executiva da A2F