2019: o ano dos Data Centers de Edge, da IA e do equilíbrio entre trabalho e vida pessoal

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O ano de 2019 promete ser igualmente positivo e desafiador para o setor de TI. O cenário tecnológico será dominado por conversas em torno da Edge Computing, da Inteligência Artificial e, principalmente, do equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.

Edge Computing torna-se realidade

2019 promete ser o ano em que a Edge Computing se tornará realidade nas operações de negócios do dia a dia. Como conceito, o desenvolvimento e as definições da Edge foram discutidos e analisados em profundidade por anos. Aqui na Schneider Electric, estamos observando há algum tempo a crescente demanda dessa tecnologia, em escala global, quando ainda pouco se discutia sobre o tema. Agora, chegamos ao ponto em que a Edge Computing está entrando na produção e se tornando "viva". Para usuários e consumidores corporativos, os Data Centers de Edge serão visíveis por meio dos serviços que eles fornecem.

Os investimentos em infraestrutura de Edge também serão significativamente acelerados em 2019. De acordo com a Global Market Insights, o mercado de Data Centers de Edge deve atingir US$ 13 bilhões até 2024. O capital já está aplicado em infraestrutura de Data Centers de Edge em quase todos os setores, como varejo, saúde, finanças, etc., nos quais há necessidade de mais computação, rede e armazenamento próximos ao usuário final.

Além disso, a chegada do 5G, que promete conexão de altíssima qualidade e rapidez é outro fator que está estimulando avanço da Edge. Segundo o IDC, para suportar o 5G os provedores de internet terão que investir em micro Data Centers de Edge próximos das torres de transmissão.

Intolerância à latência e Data Centers de Edge

O que está impulsionando a demanda pela Edge Computing? Bom, ninguém gosta de esperar na fila e, como espécie, estamos ficando cada vez mais impacientes com a latência. A velocidade dos negócios de hoje exige acesso rápido e contínuo a dados e análises críticas. Muitas decisões importantes de negócios e de consumidores dependem de um fluxo de informações em tempo real.

A economia de e-commerce atual não espera por ninguém. Queremos estar constantemente conectados e experimentar gratificação instantânea. Segundo o Google, se um site para celular não carregar dentro de 3 segundos, 53% dos visitantes o abandonam. Se uma transação não ocorrer em milissegundos, nenhum dinheiro muda de mãos, e os vendedores correm o risco de perder consumidores para a concorrência.

Não surpreendentemente, a demanda pelos serviços que dependem de ambientes de Edge está explodindo. Pense na NFC (do inglês near-field communication, comunicação por proximidade) e na eficiência do aplicativo de dinheiro móvel em locais como estádios. Quanto mais rapidamente um torcedor compra um refrigerante, mais rapidamente ele volta a assistir ao jogo – o que significa mais receita de vendas de concessões e melhor experiência de torcedor. Esses tipos de transações de alta velocidade exigem Edge Computing e ela também é  vital para as experiências dos usuários de mídia e de consumo de conteúdo. Por exemplo, o streaming de vídeo é considerado um serviço crucial para jovens adultos, e as aplicações no varejo, como um espelho inteligente de Realidade Aumentada na moda e VR, são importantes na economia da experiência.

Indo além do  e-commerce e das comunicações humanas, os veículos autônomos são os mais visíveis e estão entre os exemplos mais citados de uma nova tecnologia que se baseará na alta performance da Edge Computing. Não é nenhum segredo que a segurança e a prevenção de acidentes são prioridades vitais nesse espaço. Não é viável transportar esses dados críticos em tempo real do carro para a Edge, daí para um Data Center regional, e então para a Nuvem e de volta ao veículo pelo mesmo caminho para iniciar uma ação. Em vez disso, essa aplicação gerará uma explosão na demanda de infraestrutura de Edge, onde grandes quantidades de dados poderão ser armazenadas em cache, processadas e analisadas.

Machine learning também é visto como integrante de qualquer sistema de transporte autônomo. Aplicações de baixa latência e com uso intensivo de dados que demandam análises em tempo real serão os que mais crescerão, os mais exigentes em termos de armazenamento, os famintos de rede e os capazes de calcular cargas de trabalho pesadas para serem implantados nos próximos cinco ano

IA em todo lugar

A Inteligência Artificial foi a principal conversa de tecnologia de 2018 e essa conversa será ampliada em 2019. Isso porque, tanto nos negócios quanto em casa, novos aplicativos e cargas de trabalho com uso intensivo de dados e de Edge serão fornecidos pela IA. A IA será usada para analisar e interpretar dados desses aplicativos para ajudar as pessoas (e, em certos casos, outras máquinas) a tomar decisões críticas em tempo real.

2019 também será o ano de encontrar talentos para construir novos aplicativos para atender às necessidades reais. Isso exigirá uma combinação de domínio e conhecimento técnico.

A IA viverá no limite com muitas implicações de gerenciamento de infraestrutura em termos de custo, desempenho e tempo de resposta. Isso é separado do trabalho pesado para treinamento de modelo de IA em escala que será feito em Data Centers centralizados em nuvem. Quanto aos ambientes de Edge, o monitoramento contínuo identificará atividade incomum com a IA, aprendendo como os sistemas se comportam, o que, por sua vez, impulsionará a análise preditiva e a manutenção proativa baseada em condições. Aprender no nível da máquina simplificará o gerenciamento, liberando tempo e recursos para atividades de valor agregado, tanto profissional quanto pessoalmente.

Equilíbrio entre trabalho e vida pessoal

A inteligência artificial e a Edge Computing têm o poder de proporcionar grandes benefícios em 2019 e além. Mais análises e a capacidade de "ver o que está por vir" têm o potencial de ajudar a reequilibrar nossas vidas em favor do bem-estar familiar e ambiental.

Mas o equilíbrio certo requer a abordagem correta, baseada em atitudes que colocam as pessoas em primeiro lugar. Grandes questões sociais, como equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, nunca são simples de resolver. Em meio a todos os benefícios da tecnologia de comunicação de massa, estatísticas apontam para ligações com o aumento do estresse, redução do tempo com a família e impacto negativo do trabalho nas relações causadas pelas comunicações sempre ativas.

Em um mundo cada vez mais complexo, 2019 é o ano em que precisamos considerar um conjunto de prioridades que coloca o bem-estar das pessoas no mesmo patamar da eficiência e do desempenho. Exemplos de empresas de sucesso que restringem o uso de e-mails fora do escritório, valorizam os dias de família, e ensinam "mindfulness" e bem-estar estão se tornando cada vez mais comuns. A boa notícia é que, agora, as ferramentas de gerenciamento de software permitem que os profissionais de TI atinjam um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, ajudando-os a priorizar informações críticas.

Em 2019, se você é um profissional ou executivo de TI que se encontra pensando em tempo de atividade quando está com sua família, é hora de focar em um tipo diferente de tempo de inatividade.

Recentemente, ouvi esta declaração sensata de um profissional de TI: "Como pessoal de Facilities, não temos vidas, você sabe. Temosas instalações" O sentimento por trás dessa afirmação alarmante precisa ser abordado por meio da correta aplicação e do uso das tecnologias disponíveis. Devemos usar ferramentas para capacitar as pessoas através do conhecimento, da previsibilidade e do controle. Essa é uma previsão de 2019 que todos nós devemos nos esforçar para tornar real.

Luciano Santos, vice-presidente de ITD da Schneider Electric Brasil.

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