A Foxconn negou que o congelamento de contratações em suas fábricas na China esteja relacionado à baixa demanda pelo iPhone 5, da Apple. O porta-voz da empresa, Louis Woo, declarou que "a decisão não tem relação com uma possível redução dos pedidos dos clientes", de acordo com o The Wall Street Journal.
Na última quarta-feira, 20, a fabricante chinesa de eletrônicos em regime de terceirização e principal fornecedora da Apple divulgou que não faria novas contratações em suas fábricas. De acordo com o jornal britânico Financial Times, a justificativa, além da crise financeira desencadeada a partir de 2009, era de retração na demanda por produtos da companhia americana.
Woo afirmou, contudo, que o congelamento ocorre por conta do alto índice de retorno de empregados após o feriado do Ano Novo Lunar no país. Mais de 90% dos operários voltaram aos seus postos de trabalho após a pausa para os festejos, período em que os gerentes de fábricas chinesas correm para substituir os trabalhadores que acabam encontrando empregos em outros lugares ou decidiram ficar em casa, longe do ambiente de trabalho.
O porta-voz complementou que a Foxconn ainda não definiu um prazo de vigência do congelamento, mas é certo que manterá sua força de trabalho total na China estável, acima de 1,4 milhão de funcionários. Ele ainda acrescentou que o quadro de empregados da empresa variou recentemente entre 1,4 milhão a 1,5 milhão de pessoas devido à sazonalidade do ciclo de produção de eletrônicos.
Além disso, a companhia passa por outros desafios para adequar suas normas de trabalho após uma série de suicídios e acidentes em suas fábricas, ocorridos a partir de 2009. Ao longo dos últimos dois anos, a Foxconn aumentou salários do operários várias vezes e tenta se adequar às normas do Fair Labor Association após auditorias terem identificado uma série de irregularidades, comprometendo-se a melhorar a segurança e criar sindicatos mais independentes até julho deste ano.