Oito a cada dez brasileiros dizem que IA generativa aumentou a produtividade no trabalho

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O estudo global AI Snapshot, desenvolvido pela Salesforce, constatou que o uso da inteligência artificial (IA) generativa está se tornando uma realidade nas empresas brasileiras.

Quase um terço (32%) dos profissionais do país diz que já está usando a tecnologia para trabalhar e 37% planejam usá-la em breve, contra respectivamente 28% e 32% dos respondentes globais. Oito em cada dez dos usuários brasileiros de IA generativa (81%) afirmam que a produtividade aumentou com o uso da IA, taxa superior à média global de 71%.

De acordo com a pesquisa, a ascensão da IA é vista como um fator importante para o desenvolvimento profissional. Quase dois terços (65%) acreditam que dominar o uso da IA pode resultar em uma melhor remuneração. Além disso, 71% afirmam que esse domínio da expertise traria mais satisfação profissional, enquanto 64% afirmam que suas habilidades seriam mais exigidas em sua rotina de trabalho. Os resultados também ficaram acima da média global – de respectivamente 44%, 51% e 47% –, o que aponta para um maior otimismo dos brasileiros com a tecnologia na comparação com os outros países.

Por outro lado, a capacitação em IA também gera inseguranças na força de trabalho. Mais da metade (58%) dos brasileiros temem que o mercado se torne mais competitivo com o avanço da IA e 40% temem não se adaptar à nova era do trabalho sem dominar a tecnologia. Globalmente, as taxas foram de 50% e 39%, respectivamente.

O estudo aponta ainda que a IA pode ser um diferencial para empresas conquistarem e reterem talentos daqui em diante. Cerca de 70% dos brasileiros se disseram mais atraídos para trabalhar em empresas que usam a tecnologia de forma avançada e proativa, contra uma média global de 47%.

"Os líderes de gestão de pessoas precisam pensar a tecnologia de forma mais holística e estratégica. A IA deve ser vista não só como um complemento para as habilidades dos profissionais e para o aumento de sua produtividade, mas como um fator de desenvolvimento profissional. As empresas precisam capacitar – e conscientizar – a força de trabalho sobre o uso da tecnologia, seus benefícios e riscos. No final, isso tudo pode se tornar um diferencial na batalha para atrair e reter os melhores talentos", comenta Priscila Castanho, diretora sênior de Sucesso do Colaborador da Salesforce.

Entrave

Apesar do otimismo dos profissionais, a pesquisa da Salesforce constatou uma lacuna importante das empresas em relação à IA: a robustez e a clareza das políticas internas e a capacitação da força de trabalho. No Brasil, apenas 27% dizem que sua companhia tem políticas claras quanto ao uso da tecnologia e só 19% receberam treinamento formal de suas empresas sobre como utilizá-la de forma segura e ética no dia a dia. Globalmente, as taxas também foram baixas, chegando a 21% e 31% respectivamente.

Essa falta de definição de diretrizes tem feito os funcionários usarem a tecnologia ao seu próprio modo, sem a supervisão adequada. Entre os que já usam a IA generativa no trabalho, mais da metade (57%) fazem isso sem uma aprovação formal do empregador. A taxa é similar à média global (55%).

"Boa parte da força de trabalho já está usando a IA generativa para resolver tarefas mais simples. Com a sua evolução – que acontece diante dos nossos olhos –, ainda mais pessoas vão usar a tecnologia no trabalho em algum nível. Definir uma política deve ser a prioridade das empresas desde já. As que não têm nenhuma diretriz precisam desenvolver políticas robustas e claras para os seus profissionais. As que já possuem precisam fazer um esforço de revisão constante, seguindo o feedback dos profissionais e aprimorando o que for preciso conforme a tecnologia evolui e os seus limites são mais bem definidos no restante do mundo", finaliza Priscila.

Metodologia do AI Snapshot

A Salesforce conduziu a pesquisa em parceria com a YouGov, de 18 a 31 de outubro de 2023 e de forma online. Foram consultados mais de 14 mil funcionários em tempo integral representando empresas de diversos tamanhos e setores em 14 regiões, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Holanda, Suíça, países nórdicos, Índia, Japão, Brasil, México e Emirados Árabes Unidos. Mais de 1.000 brasileiros foram ouvidos.

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