O executivo-chefe (CEO) da Apple, Steve Jobs, foi intimado pela Justiça americana na segunda-feira, 21, a depor. O juiz Howard Lloyd, da Corte Distrital Norte da Califórnia, quer averiguar as alegações de que a fabricante de eletrônicos exerce monopólio no mercado de música digital por meio de seu tocador de MP3, o iPod, e do software de reprodução de faixas e venda de títulos, o iTunes. Não há informações sobre quando Jobs será ouvido.
Segundo reportagem do The Wall Street Journal desta terça-feira, 22, um grupo de consumidores entrou com uma ação judicial coletiva em 2005 afirmando que a Apple, por meio de uma atualização no iTunes, proibiu que fossem ouvidas músicas compradas na concorrente RealNetworks no iPod. Para o grupo, liderado por Thomas Slattery, o movimento impossibilitou a atuação de outras lojas virtuais de música, que, excluídas do iPod, foram impossibilitadas de competir.
O software usado para bloquear as músicas chamava-se FairPlay. À época em que o programa foi criado, a Apple declarou que ele seria usado para tentar acabar com a pirataria digital de música. Na opinião dos autores do processo, no entanto, o verdadeiro propósito do software era impedir a atuação das lojas on-line concorrentes.
Em comunicado, o juiz Lloyd informou que Jobs, em licença médica desde janeiro, será interrogado durante cerca de duas horas para explicar o modelo de negócio do iTunes e como o FairPlay era usado. Para o juiz, o CEO da Apple é o único com total conhecimento da atualização do software, em outubro de 2004, por isso, é o que pode responder com precisão quais eram os seus propósitos.
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