Cogra aposta em IA e crédito flexível para impulsionar mercado de impressão no Brasil

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Em um setor tradicionalmente competitivo e consolidado como o de outsourcing de impressão, a inovação e o relacionamento com os parceiros são diferenciais cruciais para crescer. "É com esse foco que a Cogra, há 24 anos no mercado, vem se destacando no mercado", explica Heverton Barbosa da Cruz, CEO da empresa, que contabiliza a distribuição de equipamentos, peças e suprimentos para cerca de 5.000 canais ativos em todo o território nacional.

"O mercado de outsourcing de impressão é bem enxuto, mas movimenta bastante. E está mudando. A gente está liderando algumas dessas mudanças, inclusive com uso de inteligência artificial", diz o executivo.

"A gente não concorre com nossos próprios parceiros. Esse é o nosso grande diferencial. Nós somos uma distribuidora de valor agregado, ou VAD, como o mercado chama", destaca o executivo.

Esse modelo se traduz em um suporte completo para os revendedores, que inclui desde treinamento técnico e comercial, até garantias estendidas e condições de crédito personalizadas.

Educação e capacitação: o motor da venda técnica

Heverton conta que a Cogra investe fortemente na formação dos canais para garantir que os produtos cheguem corretamente ao consumidor "A gente ensina o time do canal a vender a solução completa — desde entender o hardware até saber como precificar o projeto. Também capacitamos os técnicos para desmontar e reparar os equipamentos. Isso tudo sem perder a garantia dos produtos", explica.

Outro trunfo da empesa é o Cogra Pay, plataforma própria de financiamento que oferece linhas de crédito variadas para os canais parceiros. "Hoje ninguém compra produto, compra crédito. Nosso trabalho é garantir que o canal tenha condição de comprar, mesmo com as margens espremidas dos fabricantes", comenta. "Temos um setor de crédito muito forte aqui dentro, com parcerias com startups e financiamentos próprios."

Portfólio amplo e exclusividades estratégicas

Atualmente, a Cogra representa grandes marcas do setor como HP, Xerox, Brother, Epson, Lexmark, Ricoh e Oki. Algumas delas com exclusividade de distribuição no Brasil, como a japonesa Oki, além das asiáticas GoDex (Taiwan) e HPRT (China), especializadas em automação e impressão térmica para varejo e indústria.

"Com a Oki, por exemplo, nós cuidamos de toda a parte de peças e suprimentos no Brasil. São equipamentos robustos, e muitos deles seguem operando há anos. Isso mostra a força do nosso trabalho junto aos canais", destaca.

A empresa também atua no segmento de Data Capture e Automação Industrial, expandindo sua presença para além do mercado tradicional de impressão de escritório.

De olho no futuro

Com a evolução tecnológica, a Cogra já aposta na inteligência artificial para otimizar processos de manutenção e gestão de parques de impressão. "A IA vem para mudar o jogo, e a gente está se preparando para estar na linha de frente dessa transformação", enfatiza Cruz.

"Todas as nossas máquinas já saem com sistemas de gestão e bilhetagem integrados com inteligência artificial. Isso permite prever onde estamos perdendo dinheiro nos contratos, onde se gasta mais toner do que o necessário e onde a impressão está acima do ideal", explica o CEO. "No final do dia, isso significa ganho de margem para o canal, num setor em que a margem é cada vez mais apertada."

O mercado de automação, especialmente no varejo e na indústria, é uma aposta central da empresa. Com o crescimento acelerado desse setor, a Cogra tem ampliado seu portfólio com impressoras térmicas, coletores de dados, projetores, scanners e balanças com inteligência artificial — produtos ideais para lojas, cartórios, escritórios de advocacia e outros negócios do mercado SOHO.

"Estamos homologando uma balança digital com câmera e tablet embutidos, que identifica automaticamente o produto colocado sobre ela. O operador só confirma e ela imprime a etiqueta de peso, otimizando o checkout. É disso que o mercado precisa: agilidade, precisão e integração", afirma Cruz.

Capilaridade como estratégia

A força da Cogra está, também, na sua capilaridade. Mesmo com apenas 50 colaboradores diretos, um faturamento de R$ 200 milhões anuais, a empresa movimenta um ecossistema com mais de 10 mil revendas em sua base, 50% delas ativas.  "Temos grandes nomes do setor que já foram nossos clientes e cresceram ao ponto de ter contratos diretos com os fabricantes. Mas ainda assim, continuam comprando de nós em determinados casos, porque sabem do nosso nível de serviço", diz.

Com o aumento das tarifas de importação norte-americanas sobre produtos chineses, o CEO vê uma oportunidade estratégica para o Brasil. "Tem marca que produz na China, exporta para os EUA e depois vem para cá. Isso vai virar? Talvez. Mas eu já sugeri para alguns fabricantes que nacionalizem a produção aqui e vendam para os EUA a partir do Brasil. Com uma carga tributária muito menor, faz sentido."

Compromisso com ESG

Em um movimento que antecipa tendências regulatórias, a Cogra criou o "Selo Carbono Neutro", garantindo que todos os equipamentos saem da empresa com 12 meses de compensação de carbono já incluídos. "É um diferencial competitivo para o canal, que pode chegar no cliente e dizer: 'Estou entregando um equipamento com carbono neutralizado'. Se quiser renovar, pode, mas o primeiro ano já vem incluso", afirma.

O projeto é feito em parceria com empresas especializadas em compensação ambiental e já começa a gerar novas oportunidades, inclusive com transportadoras interessadas em neutralizar a emissão de suas frotas.

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