Até 2017, mais de 40 milhões de pacientes no Brasil e no México poderão ser tratados e monitorados por meio de dispositivos e soluções de mobile health, ou m-health. A projeção é de um estudo realizado pela GSMA em parceria com a PwC, o qual também prevê uma redução nas doenças crônicas e melhorias no estilo de vida de 16 milhões de brasileiros e mexicanos.
De acordo com o relatório, o custo com a prestação de serviços de saúde poderá ser reduzido em US$ 17,9 bilhões nos dois países, dos quais US$ 14,1 bilhões serão economizados apenas ao Brasil. Mesmo com o corte nas despesas das empresas do setor, a m-health ainda criará 200 mil empregos para sustentar implantações de projetos nos dois países, mostrando-se uma solução capaz de tornar sistemas de saúde universais e mais sustentáveis. As melhorias nas condições de saúde da população, que resultarão por consequência na maior eficiência da mão de obra, também ajudarão a contribuir com US$ 12,9 bilhões para o PIB do México e do Brasil daqui a três anos.
"As pressões sobre os recursos de saúde e o crescente peso das doenças crônicas tornam crucial a implantação de soluções inovadoras e de baixo custo. O m-health aumentará o alcance, a eficiência dos gastos e a eficácia da assistência para prestar serviços de saúde de melhor qualidade, a mais pessoas", comenta a diretora-executiva de m-health da GSMA, Jeanine Vos. Para ela, é fundamental que os governos e os órgãos reguladores trabalhem com os profissionais de saúde e as operadoras de telefonia móvel para impulsionar a adoção da saúde móvel.
O estudo estima ainda que o m-health pode salvar 16 mil vidas e acrescentar 23 mil anos de vida, somados, aos pacientes. Por meio da melhoria da prevenção, diagnóstico e tratamento, a rotina dos médicos, hoje com jornadas de trabalho extenuantes, também seria aliviada, com 14,6 milhões de dias de trabalhos a menos.
Barreiras
Atualmente, há quatro barreiras principais que limitam a adoção do m-health na América Latina como um todo: fator econômico, estrutural, regulatório e tecnológico. Isso inclui desde a ausência de marcos para regulamentação das soluções, passando pela situação atual do sistema de saúde até a falta de interoperabilidade e padronização das soluções. Se medidas não forem tomadas, em 2017, de todos os pacientes que poderiam se beneficiar da adoção em massa da tecnologia, apenas 10% terão esse privilégio, alerta o estudo.
Existem outro fator fundamental para atingir este objetivo, falamos da falta de competência em informação de usuários, médicos e gestores.