Os negócios das empresas de tecnologia continuam sendo afetados pela crise financeira mundial. O desdobramento imediato desse cenário é que grandes fornecedores como Oracle, HP e SAP estão sendo forçados cada vez mais a adotar o modelo de venda de software pela internet para tentar reverter a queda nos lucros, segundo informações do The Wall Street Journal.
A venda dos programas pela web representa uma economia de cerca de 25% para as empresas, segundo analistas ouvidos pelo jornal americano. O software é administrado por um servidor que fica dentro da empresa e que pode ser acessado pela internet.
Empresas como a Oracle e outras gigantes do setor vinham evitando essa modalidade de venda por ser menos lucrativa e por medo de canibalizar o modelo tradicional. Outro receio dos fornecedores é ter de absorver os custos de hardware, que normalmente são repassados para os clientes.
O CEO da Oracle, Larry Ellison, declarou, em setembro do ano passado, que as empresas de tecnologia ainda não tinham descoberto uma forma de ganhar dinheiro com as vendas on-line de software, mas a companhia, atualmente, já oferece mais de dez programas nessa modalidade.
A SAP, por sua vez, declarou que vai lançar até o fim deste ano uma ferramenta de vendas on-line, enquanto a HP anunciou que a maioria de seus software serão vendidos pela internet.
De acordo com Joanne Cummins, analista da empresa americana de impressões Standard Register, o maior responsável por essa transição é o consumidor. Ela defende que essa modalidade de venda de software diminui bastante os custos para o fornecedor, portanto, os preços para os compradores também são menores. Ela diz que já planeja trocar o modelo tradicional da Oracle pela venda on-line, pois não quer mais ter que arcar com os custos de manutenção de hardware e nem comprar atualizações do software periodicamente.
Mundialmente, estima-se que as vendas de software pela internet representem apenas US$ 9,5 bilhões dos US$ 284 bilhões que as empresas irão gastar com software neste ano, de acordo com a IDC, que prevê, no entanto, que as vendas on-line de software devem crescer mais de 40% ao ano, na comparação com os 3,4% de crescimento das vendas mundiais de software.
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