Criado inicialmente pelo Alibaba para suportar as operações gigantescas dos sites Taobao e Tmall, o data center de computação em nuvem, que abrirá uma unidade no Vale do Silício, na Califórnia, ainda neste ano — o primeiro fora da China —, deverá ganhar um segundo site nos Estados Unidos para atender pequenos empreendedores, lojistas e comerciantes.
O grupo chinês de comércio eletrônico anunciou nesta quarta-feira, 22, que planeja expandir seus serviços globalmente, principalmente nos EUA. O Alibaba não revelou qual será o investimento nem quando o novo data center será aberto. Mas divulgou, no entanto, que a nova unidade terá como apelo a proteção de dados do usuário e, para isso, a empresa firmou um "pacto de proteção de dados", em que promete que os clientes de sua plataforma de computação em nuvem, a Aliyun, conhecida também como AliCloud, terão "propriedade absoluta" de seus dados e os direitos de acesso, participação, troca, transferência ou eliminar dos dados a qualquer momento.
O Alibaba afirma que a Aliyun é responsável por estabelecer sistemas de auditoria interna e gestão para melhorar a capacidade de proteger contra ameaças e ajudar a recuperar dados de desastres.
O pacto foi anunciado pelo presidente da Aliyun, Simon Hu, em uma coletiva de impresa no data center da empresa em Pequim, nesta quarta-feira, informa o The Wall Street Journal. Segundo ele, como parte do compromisso de proteger os dados do usuário, a unidade de cloud analisa mais de 100 terabytes de informação por dia para detectar ameaças de segurança, tais como deficiências de software e malwares.
O serviço de computação em nuvem ainda representa uma pequena parte do negócio global do Alibaba, mas está se expandindo rapidamente, tanto na China como no exterior. Em maio, o grupo chinês criou uma joint venture no Oriente Médio com a Meraas, holding de propriedade do xeique de Dubai, Mohammed bin Rashid al-Maktoum, que atua na exploração de petróleo, para fornecer serviços de nuvem na região.
O presidente da Aliyun adiantou que a empresa também planeja abrir data centers na Europa, Japão e Sudeste Asiático. Ao comentar sobre a nova unidade que será aberta nos EUA, Hu disse apenas que ela será instalada na Costa Leste dos EUA, mas não forneceu mais detalhes. Ele reconheceu os desafios que a Aliyun enfrentará no mercado americano para atrair clientes. "As companhias chinesas que prestam serviços de software nos EUA ainda enfrentam problemas, em termos de cultura e de confiança. Eu acho que é preciso um certo tempo para que os clientes passem a utilizar os serviços da Aliyun", disse.
A Aliyun é a maior fornecedora de serviços de computação em nuvem da China e cada vez mais tem trabalhado com agências governamentais para migrar seus dados para a nuvem. Fora do país, a maioria dos clientes são empresas chinesas que operam no exterior, segundo Hu, ao dizer que em junho do ano passado a empresa tinha 1,4 milhão de clientes, que utilizam os serviços diretamente ou através de fornecedores independentes de software (ISVs).