Reduzir a conta de luz de uma vez por todas, sem desembolso nenhum e de maneira sustentável. Foi essa proposta que levou o Valor Capital Group a investir na Solfácil, primeira fintech solar do Brasil. O investimento de R$21 milhões Series A foi também acompanhado pelos investidores anjos que apoiam a empresa desde o início. O fundo de venture capital, que já investiu em unicórnios como Stone, Gympass e Loft, agora direciona seus recursos para apoiar a Solfácil na democratização do acesso à energia solar fotovoltaica.
A fintech oferece os prazos de financiamento mais longos do mercado, de até 120 meses, e taxas de juros competitivas. De acordo com dados da Aneel e preços médios do mercado, somente em 2019 o setor de geração distribuída movimentou mais de R?6 bilhões em aquisições de sistemas solares. Isso representa um crescimento de 236% no número de instalações em comparação com 2018. No primeiro semestre de 2020 o crescimento foi de 90%, apesar do efeito Covid.
Em geral, um sistema de energia solar dá um retorno sobre o capital investido superior a 10 vezes mais o rendimento atual da poupança. Além disso, segundo o Ibope, no Brasil, mais de 90% das pessoas querem produzir sua própria energia por meio de sistemas solares. No entanto, de acordo com pesquisa da Anbima, somente 8% poupam dinheiro, o que limita em muito a capacidade para investir neste tipo de sistema. Por isso, a Solfácil criou uma linha de financiamento específica para solucionar esse problema. Por meio desta solução, o cliente adquire o sistema sem necessidade de investimento inicial. A
economia é imediata, pois o cliente substitui grande parte da conta mensal de energia elétrica por uma prestação ainda menor, ou seja, o cliente já tem um ganho imediato e um ganho ainda maior quando o financiamento se encerrar.
A Solfácil irá investir os recursos captados nesta rodada em tecnologia, expansão comercial e novos produtos financeiros. O objetivo é acelerar o crescimento da fintech em um dos setores mais promissores do Brasil. Somente 0,3% das unidades consumidoras no País possuem esse tipo de tecnologia. Na Austrália a adoção residencial é superior a 20%, nos EUA, é de 3%, segundo dados da PV Magazine.
No início de 2020, a fintech realizou sua primeira emissão pública de debêntures no valor de R$120 milhões. Além disso, ela pretende financiar mais de R$300 milhões nos próximos 12 meses, em títulos verdes. Alguns dos principais fundos de crédito do Brasil, com ativos sob gestão superior a R$20 bilhões, têm comprado as debêntures da Solfácil. A carteira de crédito da fintech não sofreu com perdas e possui índices de atraso bastante baixos para o padrão da indústria.