Problemas nas redes 3G ocorrem desde o início do ano

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A preocupação manifestada pela Anatel na última sexta-feira, dia 18, por conta de falhas recorrentes nos serviços de voz e dados das redes móveis gerados pela alta demanda por serviços de terceira geração (3G) resulta de um problema detectado pelas operadoras desde o início do ano. Foi o que disse a este noticiário Erasmo Rojas, diretor para a América Latina e Caribe da 3G Américas, entidade que promove o desenvolvimento das tecnologias 3G e 4G na região. Ele não se surpreendeu com a informação da agência e revelou também que esse problema está longe de ser tipicamente brasileiro. "Não só no Brasil, mas em quase todos os países da América Latina observamos falhas na rede 3G desde o início de 2009", diz. Segundo ele, o crescimento explosivo de assinantes desses serviços é um dos principais responsáveis pelos problemas. "Em julho de 2008 havia 1 milhão de assinantes de banda larga móvel na América Latina. Em um ano esse número saltou para 10 milhões", sustenta. Rojas lembra ainda que em 2008 foram instaladas 80% das 49 redes comerciais de 3G atualmente em atividade em 24 países da América Latina e que, até pelo pouco tempo de operação, essas teles não esperavam tamanha demanda.
Vilões
Sobre o alto tráfego individual mensal do brasileiro, que segundo a Anatel é de cerca de 8 Gb nos serviços 3G, Rojas apontou os culpados: os smartphones, aparelhos que consomem maior taxa de dados, e o uso inadequado que se faz da banda larga móvel. "A banda larga fixa não necessita de espectro, o que acontece com os serviços 3G, que são compartilhados. O problema é que muitos usuários consomem banda larga móvel como se fosse fixa", diz. Segundo ele, uma conexão ativada por somente 15 minutos consome cerca de 100 Mb, o equivalente a 1000 minutos de voz.
Soluções
Rojas acredita que há uma solução a curto prazo para os problemas nas redes 3G no país. Para ele, essa solução passa, necessariamente, pela soma dos esforços das operadoras, dos usuários e do governo. "As operadoras precisam de mais espectro, portanto o governo tem de leiloar com urgência os 60 MHz que sobram nas faixas de 1800 MHz e 1900 MHz. Isso já ajudaria muito". Por parte das teles, segundo ele, é preciso continuar investindo no aumento da cobertura do serviço (mais ERBs) e, sobretudo, no aumento da capacidade de rede, com upgrades em links estratégicos. "As operadoras poderiam detectar áreas de maior demanda e implantar a tecnologia HSPA+ nessas regiões", diz. Já o usuário, segundo Rojas, precisa utilizar os serviços 3G somente quando, de fato, for necessário e como segunda opção da banda larga fixa. "Um download de vídeo consome 9 Gb da rede 3G, uma radio via Internet, 2,7 Gb, um video de alta definição, 9 Gb. Enquanto não houver capacidade de rede suficiente para todos, é preciso utilizar esses e outros serviços com bom senso", finaliza. Vale lembrar que a alta demanda por acessos 3G no Brasil se deve em parte à definiciência de cobertura das redes fixas.s.

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