Estamos vivendo uma verdadeira revolução tecnológica: os costumes mudaram muito nos últimos dez anos e vão continuar mudando na próxima década. Esse cenário reforça a importância de defendermos a inovação em sua plenitude, inclusive a que promove uma mudança de comportamento. Aplicativos como Uber, Whatsapp, Airbnb, Couchsurfing e Netflix podem mudar as relações entre consumidores, prestadores de serviços e empresas.
As mudanças são inevitáveis e cabe ao governo, por meio dos poderes executivo e legislativo, regulamentar e fiscalizar estas novas atividades. É o mercado que vai ditar quem fica e quem sai da competição. Não se trata, portanto, de defender o aplicativo A ou B, mas sim a tecnologia e os avanços que podem trazer para a sociedade. Quando surgiram os apps de táxis, por exemplo, taxistas de todo o país se viram na confortável posição de dispensar as cooperativas que cobravam altas taxas mensais. O surgimento do Uber, serviço alternativo de motoristas, deveria servir como um incentivo para a classe realizar melhorias nos serviços oferecidos e não como uma ameaça.
As categorias atingidas pelos avanços tecnológicos, que ocorrem desde o primeiro motor a vapor no início da Revolução Industrial, devem olhar para fora de sua realidade e pensar em outras soluções. Já os políticos entram na onda e tentam se colocar contra esta nova tecnologia; no entanto, na prática são poucos os que defendem os direitos dos taxistas, garantindo segurança, melhores serviços e ações efetivas. Fica a dúvida se, por esta lógica, eles se posicionariam também contra Skype, Messenger e Whatsapp para defender as operadoras de telefonia.
Vivemos no início da era do compartilhamento e, em pouco tempo, essas ferramentas citadas já estarão obsoletas. Começamos a compartilhar automóveis com outras pessoas para diminuir o custo e aumentar a eficiência. No futuro, nem precisaremos chamar um motorista, pois o veículo inteligente levará o passageiro de forma mais segura e barata. Toda tecnologia que promove o uso compartilhado possibilita uma economia de custos e energia, mudando o comportamento social e contribuindo com a preservação do nosso planeta.
Gerino Xavier, vice-presidente de comunicação da Assespro Nacional e diretor das empresas Bisaweb e Mídias Educativas.