Diretores de conselho defendem o fim da Sarbanes-Oxley

0

Cerca de quatro anos após a promulgação da lei americana Sarbanes-Oxley (conhecida como Sox), 58% dos diretores de conselho acreditam que os regulamentos têm apenas servido para torná-los excessivamente cautelosos, e deveriam ser revogados ou revisados. Isso é o que revela o 32º Estudo Anual de Conselho de Diretores, divulgado pela Korn/Ferry International, empresa de recrutamento de executivos.

"Embora condutas corporativas abomináveis e impróprias tenham recentemente demandado regulamentos determinantes, existe uma argumentação crescente de que o impacto dessas regras têm sido negativo", diz Charles King, diretor de Prática Global de Serviços de Conselhos de Diretores da Korn/Ferry International. "Muitos diretores acreditam que os conselhos têm se mantido excessivamente precavidos e não estão se submetendo aos riscos necessários que impulsionam o crescimento da companhia. Esses diretores estão demandando reforma."

A pesquisa da Korn/Ferry examina as opiniões e as práticas encontradas em conselhos de diretorias das principais corporações do mundo todo. As descobertas se baseiam nas respostas de aproximadamente 1,2 mil membros de conselhos de diretoria de 15 países nas Américas, região da Ásia-Pacífico e Europa.

De acordo com o estudo, 72% dos diretores entrevistados acreditam que os regulamentos da Sarbanes-Oxley têm servido para tornar os conselhos mais cautelosos. Além disso, quase dois terços (65%) dos executivos que ocupam posições nos conselhos de diretorias do Japão, listados nos EUA, adotam a mesma opinião.

Do mesmo modo, 71% dos diretores no Reino Unido vêem o Cadbury Code (código combinado, em tradução livre) como tendo o mesmo efeito em governança. Mais da metade (58%) dos diretores nas Américas acredita que o Sox deveria ser revogado ou revisado. Esta, ao menos, é a percepção compartilhada por 37% dos diretores entrevistados no Japão. Vinte e oito por cento dos diretores no Reino Unido endossa tal procedimento para corrigir o Cadbury Code.

O risco perceptível, segundo o estudo, tem tornado os diretores em todo o mundo mais exigentes ao aceitarem convites para a diretoria. Isso fez com que 59% dos diretores pesquisados nas Américas declinassem do convite para assumir um posto no conselho em virtude do risco associado. O risco foi caracterizado também como o fator determinante para a desistência de postos em conselhos de diretoria de 83% dos diretores entrevistados na Austrália, 77% na Suíça e 68% na Ásia, não incluindo o Japão.

O exercício de função em conselho exige um compromisso de tempo expressivo, de acordo com os entrevistados do mundo todo. A maioria dos diretores nas Américas (62%) disse que dedicam entre 16 a 20 horas mensalmente para tratar de assuntos do conselho, enquanto que uma parte deles (16%) revelou que devotam mais de 25 horas mensais. O mesmo ocorre com 26% dos entrevistados na Europa e 21% na região da Ásia-Pacífico.

O pagamento médio anual por serviços contratados e a taxa por reunião aos diretores das companhias que figuram na Fortune 1000 no ano passado foi de US$ 76.707. Isso representa um aumento de 35% sobre o valor pago em 2004. Pela primeira vez, a remuneração ultrapassou a marca dos seis dígitos: os diretores de organizações de mais de US$ 20 bilhões receberam uma média de US$1 15.375, um incremento de 43% do que foi pago no ano anterior ?remunerações de participação societária não estão incluídas nestes montantes.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.