A posse de telefone móvel celular para uso pessoal mostrou-se mais difundida na população do que o acesso à internet. No total de pessoas de dez anos ou mais de idade, 36,7% (56 milhões) tinham telefone celular para uso pessoal, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2005 sobre acesso à internet e posse de telefone móvel para uso pessoal, realizada pelo IBGE, em parceria com o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).
De acordo com o levantamento, as proporções de pessoas que possuíam telefone celular para uso pessoal nas regiões Sul (47,6%) e Centro-Oeste (47,5%) foram as mais elevadas, vindo em seguida o Sudeste (41,0%). Os resultados foram muito menores nas regiões Norte (26,8%) e Nordeste (23,8%). Nas unidades da federação, o Distrito Federal deteve o mais elevado percentual de pessoas que tinham telefone celular para uso pessoal (66,3%), seguido do Rio Grande do Sul (54,7%). No outro extremo, os menores percentuais desse indicador foram os do Maranhão (14,2%) e Piauí (16,8%). Nas regiões metropolitanas o distanciamento entre os valores extremos foi menor. Os mais baixos percentuais foram os das regiões metropolitanas de Fortaleza (40,0%) e Belém (40,7%) e o maior, destacado dos demais, foi o da região metropolitana de Porto Alegre (63,3%).
O percentual de homens que tinham telefone celular (38,2%) foi maior do que o de mulheres (35,4%) e quase a metade (49,4%) das pessoas da faixa etária de 25 a 29 anos tinham uma aparelho. Esse percentual ficou em 19,3% na faixa etária de dez a 14 anos, e 16,9%, na de 60 anos ou mais de idade. Esse comportamento foi observado em todas as grandes regiões, exceto na Sul, em que o máximo desse indicador ocorreu na faixa de 20 a 24 anos de idade.
A pesquisa mostrou que escolaridade e rendimento domiciliar foram fatores que influenciaram na posse do telefone celular. O número médio de anos de estudo das pessoas que tinham telefone móvel celular para uso pessoal foi 9,2 anos, enquanto o das que não o possuíam 5,2 anos. Entre as pessoas sem instrução ou com menos de um ano de estudo, apenas 8,5% tinham telefone celular, enquanto no dos indivíduos com 15 anos ou mais de estudo este percentual atingiu 82,9%.
O rendimento médio mensal domiciliar per capita das pessoas que possuíam telefone celular para uso pessoal alcançou R$ 772 enquanto o das que não tinham ficou em R$ 299. Na faixa de sem rendimento a um quarto do salário mínimo de rendimento mensal domiciliar per capita, a proporção de pessoas que tinham um celular para uso pessoal situou-se em 10,4% e, na de mais de cinco salários mínimos, atingiu 82,1%.
Nos contingentes de estudantes e não-estudantes, as proporções dos que tinham telefone celular para uso pessoal ficaram no mesmo nível (36,3% e 36,9%, respectivamente). O celular para uso pessoal mostrou-se muito mais difundido na população ocupada do que na não-ocupada, fato este observado para ambos os sexos e em todas as grandes regiões. No Brasil, as pessoas que tinham um celular representaram 44,4% da população ocupada e 26,6% da que não era ocupada.
Na população ocupada, o grupamento dos trabalhadores agrícolas foi o que deteve a menor proporção de pessoas que tinham telefone celular para uso pessoal (12,4%), que se situou distanciada da segunda mais baixa que foi a do grupamento dos trabalhadores dos serviços (36,7%). As maiores proporções de pessoas ocupadas que tinham um celular foram a dos grupamentos dos dirigentes em geral (79,1%), profissionais das ciências e das artes (78,4%) e membros das forças armadas e auxiliares (76,4%). Em um segundo nível, situaram-se as proporções referentes aos grupamentos dos trabalhadores de serviços administrativos (69,6%) e dos técnicos de nível médio (69,2%).