A Getnet, empresa de meios de pagamento do Santander Brasil, lançou o IGet, índice que reflete o desempenho do comércio varejista brasileiro a partir do volume de transações de estabelecimentos que utilizam suas máquinas de cartões. O Departamento Econômico do Santander, responsável pela análise dos dados, utiliza a metodologia "same store sales", ou seja, compara as vendas das mesmas lojas desde o início da série, retroativa a janeiro de 2016.
O primeiro resultado divulgado, referente ao último mês de março, reflete o forte impacto das ações de isolamento social sobre o varejo em estados e municípios brasileiros. A queda na comparação mês a mês foi de 25,1%, e de 37,1% em 12 meses.
"Os resultados mostram que as ações necessárias ao enfrentamento da pandemia causaram um baque sobre o varejo nas últimas semanas de março, mas em abril já vemos uma reação nas transações online, que vêm superando nossas expectativas", adianta Pedro Coutinho, CEO da Getnet. "Além disso, nossa plataforma de e-commerce está apta a aceitar transações do Coronavoucher, estimulando vendas e dando liquidez aos pequenos negócios, que são os mais afetados pela situação atual."
O Índice Getnet Ponderado (IGetp), que atribui aos desempenhos setoriais os mesmos pesos da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE, sinalizou queda mensal de 16,4% em março, ou 18,8% no ano. A diferença de ponderação entre as duas pesquisas se deve ao fato de que os setores utilizam o cartão como meio de pagamento em diferentes proporções.
No conceito de varejo restrito (limitado a seis categorias, como na PMC), o IGetp aponta retração mensal de 16,4%, enquanto o ampliado (incluindo Materiais de Construção e Veículos) indica queda de 24,8%, descontados os fatores sazonais. Com base nos dados do IGet, o Santander projeta um resultado de -7,0% para o varejo restrito, na pesquisa do IBGE, e de -16,2% para o conceito ampliado.
"O IGet é um indicador coincidente, ou seja, tende a acompanhar o índice oficial, mas nos fornece uma leitura antecipada a partir de uma base privilegiada, que tende a refletir cada vez mais o comportamento real da economia, na medida em que os meios de pagamento eletrônico crescem na preferência dos consumidores", explica o economista Lucas Nobrega Augusto, do Santander Brasil.
O indicador da Getnet também oferece uma leitura por setores, que, em março, aponta Supermercados e Artigos Farmacêuticos como os menos afetados pela redução na atividade, com quedas de 4,3% e 8,4%, respectivamente. As maiores retrações foram registradas em Vestuário (-39.5%) e Móveis e Eletrodomésticos (-39%).
No recorte regionalizado também pode ser percebida uma correlação do indicador do varejo com a incidência de casos de covid-19. No grupo dos que tiveram o varejo mais impactado em março estão São Paulo (-25,0%), Rio de Janeiro (-31,0%) e Amazonas (-25,5%) na variação mensal. A íntegra do estudo, incluindo as séries históricas desde março de 2016 estão disponíveis no site www.santander.com.br/economia.
O indicador leva em consideração mais de 47 mil estabelecimentos que utilizam (de forma recorrente) a Getnet como meio de pagamento desde dezembro de 2015, de diferentes tamanhos, segmentos e regiões, que representam todos os perfis de clientes do País.