Apesar dos avanços na infraestrutura tecnológica das escolas no Brasil, o uso pedagógico do computador e internet em atividades com os alunos ainda tem um grande caminho a ser percorrido. Dados são da pesquisa TIC Educação 2012, feita pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), por meio de seu Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br), divulgados nesta quinta-feira, 23, corroboram essa percepção.
O estudo foi realizado em 856 escolas públicas e privadas do Brasil, selecionadas a partir do Censo Escolar do MEC/INEP 2011. Do ponto de vista da infraestrutura, as escolas brasileiras registraram maior incorporação de computadores portáteis — o que aponta para um caminho de uso das TICs para além das atividades de gestão escolar ou do uso vinculado aos laboratórios de informática. Ao todo, 71% das instituições de ensino possuem notebooks, mas o percentual ainda é muito baixo quando considerados os tablets, presentes em apenas 4% das escolas. Nas regiões norte e centro-oeste, esse índice é ainda mais desanimador, pois nenhuma das escolas consultadas possuía o equipamento. Na quebra por escolas públicas e particulares, apenas 2% das instituições geridas por governos (estaduais, federais ou municipais) possuem tablet, contra 7% das administradas por organizações privadas.
Em relação à internet, 8% das escolas ainda não possuem conexão. Essa fatia é mais elevada no Norte e Nordeste, onde 10% das escolas consultadas estão desconectadas. Quando analisadas as escolas públicas municipais do país, 15% não possuem computadores com acesso à web. Além disso, a velocidade ainda se mostra como uma limitação importante de acordo com diretores, coordenadores pedagógicos e professores — apenas 19% das escolas com aceso à web possuem conexão acima de 8 megabits por segundo (Mbps). A maioria está na faixa entre 1 Mbps e 2 Mbps (36%); seguida da faixa entre 512 kilobytes por segundo (KBps) e 1 MBps (21%).
Perfil do aluno
A presença de computador e internet é maior nos domicílios dos alunos. Entre os alunos das escolas públicas, 62% já possuem o equipamento em suas casas — além do crescimento dos estudantes que fazem uso da internet por celular (44% entre alunos do ensino público e 54% no ensino privado). Pela primeira vez, desde 2010, a forma de aprendizado de uso da internet mais citada pelos consultados foi "aprendeu sozinho", em vez de necessitar de professores ou tutores para acompanhar a navegação.
O estudo está disponível na íntegra no site do Comitê Gestor da Internet no Brasil.