Quando a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrou em vigor no Brasil, em 18 de setembro de 2020, muitas empresas, incluindo as pequenas e médias (PMEs), precisaram se adaptar às novas exigências relacionadas à proteção dos dados pessoais de seus clientes, colaboradores, fornecedores e demais stakeholders.
É notório algumas mudanças em certos segmentos, que têm sido afetados pela LGPD e, portanto, têm aplicado mais mudanças para a adequação à lei. Como são muitas diretrizes, há uma série de dúvidas que persistem, principalmente para gestores de pequenas e médias empresas.
Por isso, aponto abaixo quais são esses setores e suas peculiaridades. Confira:
01-Saúde: A LGPD tem um impacto significativo no setor de saúde, uma vez que ele lida com informações pessoais sensíveis, principalmente dos pacientes. Por essa razão, os hospitais e clínicas devem obter o consentimento explícito e informado dos pacientes antes de coletar, usar ou compartilhar seus dados pessoais, incluindo registros médicos e informações de saúde.
É muito provável que você leitor tenha ido a um hospital ou clínica médica nos últimos 12 meses e tenha assinado um termo de consentimento no ato da sua abertura de ficha, juntamente com a guia de autorização de atendimento do convênio médico. Dificilmente você vai encontrar uma instituição de saúde que ainda não adotou tal medida. Este é apenas um exemplo, mas ilustra o impacto que a LGPD vem causando na saúde no Brasil, o que é muito positivo, por sinal.
02- Varejo e E-commerce: O varejo é um dos principais setores impactados pela LGPD. Isso porque cada vez mais as empresas utilizam das informações dos clientes para enviar campanhas, divulgar os seus produtos e atrair novos clientes para as suas lojas, e com a Lei isso ficou ainda mais difícil. Pensando em coletar os dados dos consumidores com segurança e entrar em conformidade com a LGPD, os e-commerces têm colocado aviso de cookies para informar aos usuários que os seus dados estão sendo coletados e que podem ser utilizados pela plataforma ou empresa responsável, proporcionando mais transparência entre consumidor e marca. Assim, os sites conseguem armazenar os interesses e comportamentos daquele usuário, facilitando a segmentação dos seus anúncios.
03 – Educação: Na área educacional, o cuidado com o compartilhamento de dados sensíveis dos alunos é cada vez maior, principalmente porque a segurança das crianças é um assunto muito delicado e os pais estão cada vez mais atentos. O uso de aplicativos que facilitam a comunicação entre os profissionais de ensino e os pais têm aumentado consideravelmente, e neles constam informações como refeições, rotinas de sono, atividades, dados pessoais sensíveis, como fotos das crianças. Esse comportamento ganhou ainda mais força na pandemia, onde as aulas passaram a ser feitas de forma online. Por isso, devemos ver cada vez mais instituições de ensino utilizando soluções tecnológicas que protegem esses dados e evitam ataques hackers, colocando em risco a segurança dos pequenos.
Ricardo Maravalhas, fundador e CEO da DPOnet.