A Telefónica se desfez de praticamente toda a participação que detinha na Portugal Telecom. Em fato relevante enviado a CMVM (o órgão que regula a negociação de ações das empresas abertas de Portugal), o grupo espanhol informa que dos 10% que detinha na PT cerca de 8% foram vendidos, o que confirma notícia do diário português Jornal de Negócios.
A Telefónica não informa quem seriam os compradores, mas outros dois fatos relevantes divulgados nesta quarta-23, mostram que o banco suíço UBS aumentou sua participação na operadora portuguesa para 5,84% e o fundo norte-americano TPG-Axon Capital Management também adquiriu uma particiapação de 4,24%, embora uma fonte do fundo tenha dito à imprensa portuguesa que os títulos não foram adquridos "diretamente da Telefónica". Vale lembrar que o UBS é o banco que auxilia a Telefónica na proposta de compra da Vivo.
A cartada da Telefónica é analisada como uma maneira de driblar o seu provável impedimento em votar na assembleia que decidirá o destino da Vivo, agendada para o dia 30 de junho. A Telefónica, na qualidade de acionista da PT, provavelmente seria impedida de votar uma matéria que ela tem interesse direto. Ao passar as ações para terceiros, a operadora espanhola garante mais votos para o "sim". O banco de investimento Bernstein Research, citado pelo Diário Econômico de Portugal, considera que a Telefónica aumentou a probabilidade de conseguir o controle da Vivo. "Face ao risco de não poder votar na Assembleia da PT, a Telefónica provavelmente aumentou os votos 'sim' em uns 8%".
Um ponto ainda é nebuloso na cartada da Telefónica. Caso a compra da Vivo seja aprovada, a participação que Telefónica detinha na PT seria adquirida pelos portugueses ou por alguma sociedade que eles indicassem. Não se sabe os termos que garantem à Telefónica a recompra da sua participação na PT para poder disponibilizá-la os portugueses.
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