O dilema das empresas atualmente é dar liberdade para que os departamentos usem e compartilhem dados para desenvolver os negócios, mas que estejam de acordo com os processos de governança, para que não fiquem fora da área de influência e de contexto.
''Líderes de TI e de analytics não devem cair na armadilha de tentar equilibrar exigências opostas, ou de escolher entre elas. Em ambos os casos, perderão, independentemente da escolha que fizerem ou do equilíbrio que obtiverem. Ao invés disso, eles devem procurar maneiras de abordar ambos os lados do problema por meio de um processo de síntese", afirmou Frank Buytendijk, vice-presidente e analista do Gartner, na Conferência Gartner Business Intelligence, Analytics & Information Management, que começou nesta terça-feira, 23, em São Paulo.
"Modelos organizacionais devem ser centralizados e descentralizados. A equipe unificada de BI precisa empoderar as equipes locais para que elas possam analisar dados sozinhas. Como resultado, os líderes de TI e de analytics devem abraçar o conceito de TI bimodal", afirma João Tapadinhas, diretor de pesquisas do Gartner.
Ele explica que o BI tradicional não consegue atender as áreas de negócios, que buscam por si usar outras ferramentas, e em grande maioria dos casos o Excel. Diz que ''a TI deve ser bimodal, que propõe a prática de gerenciar dois modelos separados e coerentes de TI, um deles focado na estabilidade e o outro na agilidade''.
Empoderamento descentralizado
Tapadinhas explica que os executivos de tecnologia estão se esforçando para encontrar o equilíbrio correto entre modelos organizacionais centralizados e descentralizados. No modelo tradicionalmente, o trabalho é feito por uma única equipe de BI, com o armazenamento de dados empresariais responsáveis por toda a integração de informações, e relatórios da organização criados para garantir uma "única versão da verdade". No entanto, diz ele, esta consistência também pode criar um gargalo. As áreas de negócios agora exigem um "empoderamento descentralizado", em que indivíduos e grupos de trabalho possam integrar, analisar e relatar seus próprios dados. ''O desafio passa a ser uma questão de como permitir uma BI descentralizada, mas sem sacrificar a consistência e a integridade das informações''.
Para o Gartner, o uso pelos departamentos de novas tecnologias geram resultados arriscados, mas também oferecem oportunidades imensas. A BI tradicional é concebida tendo em vista a certeza. Ao mesmo tempo, existe a ameaça de que o desempenho comercial e o retorno em iniciativas de BI se reduzam lentamente, se não houver inovaçãom pois as decisões de negócios exigem respostas em real time.
"Não há dúvidas de que decisões importantes devam ser tomadas, mas uma maneira de manter as opções em aberto é dividir os compromissos ao longo do tempo. Em relação à BI, não é necessário começar pensando em arquitetura, escolhas de ferramentas empresariais e estratégias tecnológicas. Em vez disso, é melhor iniciar usando as ferramentas de dados já disponíveis", afirma Donald Feinberg, vice-presidente e analista do Gartner.