O Fórum Econômico Mundial identificou a tecnologia blockchain como uma de suas seis megatendências em um novo relatório voltado ao delineamento da transição esperada para um mundo mais digital e conectado. De olho no seu potencial, a PromonLogicalis, fornecedora de soluções e serviços de tecnologia da informação e comunicações, desenvolveu uma aplicação em parceria com a EQAO, empresa de projetos de energia renovável e créditos de carbono, para ações de promoção da sustentabilidade.
Conforme os termos do acordo entre as empresas, a PromonLogicalis, além de integradora da solução, batizada de ZCO2, também tem sociedade no negócio, com participação nos resultados. A parceria foi firmada há seis meses, conta Fabio Hashimoto, diretor de tecnologia da PromonLogicalis, acrescentando que o início da prospecção do modelo de negócio começou com o desenvolvimento da primeira versão da solução, apresentada no CIAB 2016, que terminou nesta quinta-feira, 23, em São Paulo.
O executivo explica que a solução permite o reconhecimento de atitudes e práticas sustentáveis. Assim, sempre que um cliente optar por produtos ou serviços que reduzam a emissão de gases causadores do efeito estufa, receberá pontos Z — moedas criptográficas baseadas em blockchain e lastreadas em créditos de carbono. "O principal diferencial do blockchain como alicerce para aplicações desse tipo é a segurança", enfatiza Hashimoto.
Embora tenha como uma de suas aplicações mais populares a moeda virtual bitcoin, o blockchain é a estrutura de dados que representa uma entrada de contabilidade financeira ou o registro de uma transação. "Cada transação é digitalmente assinada com o objetivo de garantir sua autenticidade e que ninguém a adultere, de forma que o próprio registro e as transações existentes sejam considerados de alta integridade", explica o diretor da PromonLogicalis.
Pulo do gato
A grande inovação dessa forma de registro, no entanto, é o fato das entradas digitais serem distribuídas entre a rede de empresas participantes que podem usar essa "moeda". Essa infraestrutura, explica Hashimoto, serve ao propósito de fornecer um consenso sobre o estado de uma transação a qualquer momento, pois todos os participantes têm cópias dos registros autenticados distribuídos entre eles. E, o melhor, sem um intermediário.
"A lógica por trás do projeto é fomentar ações junto às pessoas físicas — clientes e funcionários — que tragam economia de uso dos recursos naturais, seja de energia, combustível, papel ou transporte, entre outros. Com a demonstração, queremos mostrar às pessoas a confiabilidade da tecnologia que pode ser adotada em diferentes setores de mercado", explica Hashimoto.
A aplicação apresentada no CIAB consistia em uma mesa de operações financeiras que agrega, além das funções tradicionais de comunicação por áudio, recursos de comunicação unificada, mobilidade e vídeo. A plataforma une inúmeros recursos de comunicação e pode ser integrada às demais ferramentas do cliente, como CRM, streamings de TV e dados, permitindo aos usuários um nível de colaboração e agilidade sem precedentes, inclusive, a interação com os clientes, colegas de trabalho e parceiros de negócios em tempo real.
Embora poucos fornecedores tenham experiência nessa tecnologia no país, Hashimoto avalia que há um enorme potencial de adoção, num primeiro momento, por instituições financeiras, empresas do setor de utilities e operadoras de telecomunicações, assim como por iniciativas de economia compartilhada e pelo universo de Internet das Coisas (IoT).