A Cisco vai demitir cerca de 1,3 mil empregados, o que equivale da 2% de sua força de trabalho global, como parte de seu plano para reduzir custos e aumentar os lucros. O anúncio, divulgado nesta segunda-feira, 23, reflete de certa maneira alguns comentários feitos em maio pelo CEO da companhia, John Chambers, sobre o estado da economia mundial.
Em seu terceiro trimestre fiscal, encerrado em abril, a empresa divulgou que o lucro cresceu 20% e receita, 6,6%, na comparação trimestral anual. Mas, na ocasião, Chambers fez uma avaliação pessimista da economia e projetou um crescimento menor no trimestre que termina neste mês de julho. Ele ressaltou na época que os pedidos das grandes empresas tiham sido reduzidos e que os clientes eram mais cautelosos. Ainda assim, ele previa que o lucro e a receita cresceriam. Ao que tudo indica isso não acontecerá.
Em comunicado, a Cisco classificou os cortes como parte de um esforço para reestruturar a empresa. “As demissões são parte de um processo contínuo de simplificar a empresa, bem como avaliar o ambiente econômico em certas partes do mundo", diz a nota.
A Cisco começou a ter problemas depois de passar vários anos perseguindo de uma miríade de novos negócios. Lançou mais de 30 empreendimentos, incluindo desde a fabricação de câmeras de vídeo a equipamentos de comunicações para os satélites espaciais. Além disso, ela adotou uma estrutura de gestão formada por “comitês de diretores” e “conselhos”, compostos por funcionários seniores. Mas, no ano passado, em meio a queda no lucro e a perda de participação nos mercados roteadores e switches, seus core business, a empresa desistiu desse modelo de gestão.
No fim do seu terceiro trimestre fiscal, a Cisco possuia 65.223 empregados, de acordo com informações em seu website. Este número, na divulgação do próximo balanço trimestral, já deve ter 1,3 mil funcionários a menos.
