Maturidade de infraestrutura de TI deixa a desejar, diz estudo

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Cinquenta por centro das empresas brasileiras não têm conhecimento suficiente para aplicar as melhores práticas de gestão de TI. A conclusão é de pesquisa realizada em conjunto pela IDC e Accenture, entre agosto e este mês, com 150 empresas com mais de mil funcionários, de vários segmentos de atividade, tais como finanças, óleo e gás, manufatura, comércio, telecomunicações, utilities, mídia e governo.
O estudo, divulgado nesta quarta-feira, 23, teve como objetivo avaliar o grau de maturidade no uso de infraestrutura de TI, e para a qual foi usada uma metodologia denominada Operations Maturity Model (OMM), prática global que combina também as de mercado, como ITIL, Cobit, CMM e Prince, aplicada em 15 áreas funcionais-chave.
A partir daí, foram estabelecidos cenários de TI, para qual seu estabeleceu notas de 1 a 5, sendo 1 para o ambiente informal, 2 para repetível, 3 para definido, 4 para controlado e 5 para otimizado. Ou seja, esses cenários mostram se o orçamento de TI das empresas é usado de forma criteriosa ou não pelos CIOs.
"O problema não é o tamanho do orçamento nas empresas, mas como ele é aplicado. Hoje ele é usado apenas para manter a máquina funcionando, no operacional", afirma Ricardo Chisman, líder da área de TI da Accenture.
O principal pilar para avaliação da maturidade foi o conhecimento das práticas de ITIL. Ela mostrou que 5% dos CIOs a desconhecem totalmente, 12% a conhecem mal, 33% a conhecem razoavelmente, 31% a conhecem bem e 19% a conhecem muito bem. Ou seja, 50% estão entre o desconhecimento total e o conhecimento razoável. O ideal, segundo Roberto Gutierrez, analista da IDC, seria dois terços de conhecimento.
Dentro do critério de 1 a 5 da pesquisa, a meta seria que as empresas atingissem nível 3 ou superior, no entanto o índice alcançado foi de 2,4.
A metodologia OMM aplicada em oito áreas de TI mostra que as empresas deixaram a desejar em vários itens. Em TI verde e data center, a média foi 2,3; em segurança, também 2,3; em redes, 2,6; operações – delivery, 2,2; operações – suporte, 2,4; governança, 2,5; mobilidade, 2,5; e investimentos em TI, 2,9.
"A gestão de entrega de TI ao usuário final é o menor índice de maturidade. TI está deixando a desejar. Não está entregando o que o usuário deseja", alerta Jesus Lopes Aros, que coordenou a pesquisa pela Accenture.
No item segurança, por exemplo, a política e procedimentos para identificação do usuário do sistema teve média de 2,8, acima da média, mas, no entanto, nos critérios para o usuário acessar o sistema a média foi 1,6. Ou seja a política existe, mas não é praticada.
Conclusões do estudo
Segundo dados da IDC, o mercado brasileiro de TI e telecomunicações é de US$ 98 bilhões e apresenta, mesmo com a crise econômica, um índice de 5,79% de crescimento, acima da média da América Latina, que é de 4%.
O perfil da adoção de TI pelas empresas brasileiras mostra que hoje elas investem 50% do orçamento em infraestrutura e percentagem igual em software e serviços. Para efeito de comparação, os dos últimos itens, nos Estados Unidos, representam 75% do orçamento.
A pesquisa conclui que a empresas no Brasil estão gastando mais em operação do que investindo em inovação; planejam melhor do que executam; TI verde não está na agenda do CIOs e o que o nível de maturidade está abaixo da meta desejada.

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