A computação em nuvem tem se expandido mundialmente e a América Latina não é exceção. Entre as principais vantagens do modelo na nuvem destacam-se a redução de custos com infraestrutura, a facilidade de acesso e atualizações mais rápidas.
Segundo a Refinitiv, o mercado latino-americano de computação em nuvem, no último trimestre de 2018, teve um crescimento de 37,9% na região, mais que o dobro do crescimento nos EUA, de 15,5%. A expectativa é que, até 2021, o investimento empresarial em produtos e serviços de nuvem em América Latina mais do que dobre, atingindo US$ 11 bilhões.
Na região, o Brasil domina com 50,7% dos investimentos em serviços de nuvem, seguido por México (22,9%), Chile (7,9%) e Colômbia (6,5%). Entre os empresários brasileiros, 66% acreditam que essas soluções estão aumentando a eficiência da análise de dados, enquanto que americanos, em comparação, tendem a ser mais conservadores neste sentido – apenas 34% dos executivos reportaram algum benefício neste quesito.
Os dados fazem parte do estudo "América Latina na Nuvem: os Dados como Agentes Transformadores do Setor Financeiro", preparado pela Refinitiv, uma das maiores provedoras de dados de mercados financeiros e de infraestrutura do mundo, que entrevistou executivos das 500 maiores empresas do mundo.
O setor financeiro é o campo que, na América Latina, mais tem investido em soluções da nuvem, que vem sendo implementada tanto em iniciativas governamentais quanto em fintechs, empresas, bolsas de valores e bancos. Entretanto, a implementação do cloud progride de forma lenta em comparação com outros setores, provavelmente devido a preocupações com segurança, custos de transição e a complexidade da legislação do setor.
Apesar da crescente interconexão entre os países da região, o estudo aponta para a necessidade de maior cooperação entre os provedores de serviços em nuvem e as autoridades regulatórias de modo a adaptar as plataformas a parâmetros legais complexos.
No entanto, alguns países têm caminhado em direção a soluções mais eficientes com o objetivo de enfrentar os riscos. Exemplos disso são os mecanismos de combate à corrupção, como o Sistema para Administração de Lavagem de Dinheiro e Financiamento do Terrorismo da Colômbia, que se tornou uma referência mundial, e a Lei Anticorrupção no Brasil, que criou um ambiente de inexorabilidade para o compliance no país.