Lançado no Brasil na terça-feira, 22, o Firefox OS é uma aposta não apenas em usuários de mercado em desenvolvimento, mas também no modelo aberto da Web em um ecossistema móvel para atrair desenvolvedores. O COO da Fundação Mozilla, Jay Sullivan, critica o modelo atual de lojas de aplicativos controladas por Apple e Google. "A ideia de ter que pedir permissão para alguém para vender meu software é impensável", declarou. "Estamos dominados por duas plataformas, cada uma conectada verticalmente. Esses sistemas têm barreiras, têm que ir para uma loja de apps, não é como a Web."
A popularidade do sistema móvel da empresa não está nem perto das plataformas concorrentes Android e iOS, mas Sullivan acredita que a aposta da Mozilla em um sistema móvel baseado no modelo aberto e plurissetorial da Internet favorece a competição e facilita a produção de conteúdo e serviços. Ele diz que os desenvolvedores querem fazer o aplicativo uma vez só, e não ter o retrabalho de programar para cada plataforma.
Isso porque o Firefox OS é baseado na linguagem de programação HTML5, que permite conteúdo rico em mídia direto no código. "Fizemos um ecossistema no qual o dev não precisa aprender a desenvolver especificamente para aquela plataforma", disse ele durante apresentação na Futurecom nesta quarta-feira, 23, no Rio de Janeiro. "Se você tem um website que roda bem no touchscreen, então já tem um app para Firefox OS. Só não sabe ainda."
Ele garante ainda que o envolvimento de operadoras como a Telefônica no apoio ao desenvolvimento do sistema não significa possíveis brechas de segurança. "A resposta é: vá ler o código, para ver se o que escrevemos é o que tem no device", diz. "Precisamos criar relacionamentos com confiança baseado em transparência", declara.