Em concordata desde setembro, a SCO desistiu de vender parte de seus ativos para um fundo de investimento para tentar sair da insolvência. A companhia havia solicitado, no início do mês, à Corte de Falências do Distrito de Delaware, nos EUA, autorização para vender os ativos relacionados à divisão de software Unix e ao negócio de tecnologia móvel para a empresa York Capital Management, por US$ 36 milhões.
Na terça-feira (20/11), porém, ela retirou o pedido, de acordo com um breve documento apresentado à corte. A SCO não forneceu um motivo para a mudança repentina, mas os analistas acreditam que as pressões da IBM e da Novell para que o negócio não fosse concretizado pesaram na decisão.
A IBM e a Novell, que travam um luta feroz com a SCO por causa de questões envolvendo a quebra de contrato e direitos autorais do Unix, já haviam solicitado à falência judicial da empresa para bloquear a proposta de venda. IBM, uma das credoras da SCO, disse que o tribunal não deveria autorizar a empresa a vender parte de seus ativos porque o Chapter 11 é um recurso concedido pela Justiça para que as empresas com problemas de caixa reestruturem e renegociem suas dívidas e não para liquidar seus ativos.
A IBM também alega que detém direitos autorais em alguns dos produtos da SCO baseados em Unix e que, por isso, ela não tem o direito de vendê-los. ?Parece que a SCO viu a impropriedade de vender ativos que não próprios, já que incluem licenças e direitos autorais da IBM?, disse a empresa em nota à imprensa.
Em seu comunicado, a Novell chamou a proposta de venda de um "mal aconselhamento, em todos os níveis" e afirmou que se trata de ativos que "a Corte Distrital de Utah já determinou pertencerem à Novell". A corte decidiu em agosto passado que a Novell, e não SCO, detém os direitos autorais relativos ao Unix. A decisão do tribunal significa que a SCO pode ter de vir a pagar à Novell mais de US$ 25 milhões em honorários pela venda de licenças do Unix.
O julgamento para decidir o montante final que a SCO deve pagar à Novell foi adiado pela Corte de Falências. A SCO pediu concordata logo após o tribunal de Utah ter emitido a decisão.