Defasagem do Brasil em P&D em relação aos países da OCDE ainda é grande

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O Brasil precisa aproveitar a boa situação econômica e liderar as transformações, onde a tecnologia é a chave do desenvolvimento e a comunicação é o principio disso. A opinião é de Lourdes Casanova, professora da Insead, escola de negócios francesa, que participou do estudo InnovaLatino: Promovendo a Inovação na América Latina, divulgado nesta quarta-feira, 23, no evento Open Innovation em São Paulo.

O estudo, realizado durante dois anos pelo Insead e o Centro de Desenvolvimento da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), patrocinado pela Fundação Telefônica, ouviu 1,5 mil empresas na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Peru e Uruguai e reúne ainda estudos de casos de 50 empresas diferentes. Do Brasil as escolhidas foram a Natura, Marcopolo, Stefanini, Única, Petrobras, Finep e o CDI- Comitê para Democratização da Informática.

Apesar de ter modelos inovadores de negócios e bom marketing, o estudo constata uma defasagem em relação aos países que pertencem a OCDE. O relatório recomenda que o Brasil aproveite seus recursos naturais para aumentar os investimentos em educação e pesquisa e desenvolvimento (P&D). Na América Latina, o Brasil gasta 0,3% do PIB, em média, em P&D, o que significa 2% a menos que os países membros da entidade.

Lourdes Casanova escreveu um capítulo especial dedicado a utilização de aplicativos móveis, apontando que a mobilidade melhora o crescimento econômico e o bem estar do consumidor, principalmente em comunidades de baixa renda em áreas rurais. Ela sugere como um exemplo de inovação a disseminação do micropagamento por celular, que dessa forma poderia ser utilizado para o pagamento dos benefícios do programa Bolsa Família. "Em alguns casos, a pessoa gasta cerca de 20% do benefício recebido em transporte para ir retirar o numerário", exemplifica.

"O Brasil, por seu potencial, precisa criar uma marca Brasil, pois apesar de ter excelência em áreas como automação bancária, eleições informatizadas, governo eletrônico, ninguém conhece isso no exterior. Quando se fala em Índia, todos a reconhecem como excelência em tecnologia, apesar de ser um país de contrastes em muita pobreza. Mas a Nasscom, entidade que reúne as empresas indianas de tecnologia, fez um ótimo trabalho de divulgação no exterior. No Brasil, vocês têm a Brasscom, inspirada na congênere indiana, mas nem no Brasil ela é conhecida", enfatiza.

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