O governo federal deverá comandar um processo de investimentos maciços em tecnologia da informação já a partir de janeiro de 2006. Esse processo durará um curto intervalo de tempo, uma vez que, após 31 de março do ano que vem, as aquisições governamentais enfrentarão empecilhos legais para se concretizarem.
Este é o cenário com que trabalha Ricardo Araújo, diretor presidente do canal integrador ITC Tecnologia. No entanto, ele acredita que, se todas as licitações forem encaminhadas, o mercado de TI reagirá bem e compensará um certo marasmo, que costuma ocorrer no início de cada ano nos negócios do setor privado. Momento em que festas de fim de ano, férias de verão e Carnaval usualmente paralisam os negócios dessas empresas.
?Acho que devido ao processo eleitoral de outubro, as compras governamentais e os investimentos em curso na tecnologia e na inclusão digital serão antecipados na prática, ou seja, serão realizadas no primeiro trimestre do ano. Sob pena de ficarmos quase dois anos sem aquisições. Uma vez que as compras de governos ficaram paradas desde o início do segundo semestre de 2005?, informa Araújo.
Para ele, as liberações, que aconteceram neste mês de dezembro ? após o longo represamento ? não foram suficientes para aquecer o mercado no fim de ano e impactar positivamente os resultados das companhias fabricantes, distribuidoras ou canais no segmento de TI. Porém, com a acenada execução dos programas de compras no primeiro trimestre, os resultados das companhias de TI em 2006 serão sensivelmente maiores que neste ano que se encerra.
O resultado final da ITC neste ano de 2005 apresentará receitas de R$ 14 milhões. Deste total, cerca de 60% serão provenientes de cabeamentos, materiais e hardware. Os outros 40% virão da prestação de serviços (outsourcing). Para o ano que vem, Araújo prevê que as receitas da ITC serão 17% superiores ao volume obtido neste ano. Segundo ele, o setor de TI como um todo se expandirá em 6%. Número bem superior ao que o Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas (IPEA) estima para ao crescimento do PIB nacional.
Para ele, o principal mercado vertical para o crescimento de TI em 2006 será o chamado pequeno e médio negócio. Mas ele faz uma ressalva: ?Desde que esse segmento esteja encaixado num guarda-chuva maior, que lhe dê sustentação. Ou seja, empresas de pequeno e médio porte, que pertençam a holdings e grandes corporações?, finaliza Araújo.