Proteção de dados: quanto antes melhor

0
O ano de 2024 promete ser um marco para a internet com a descontinuação dos cookies de terceiros. No marketing, especialmente no digital, a proteção de dados é um tema cada vez mais relevante devido ao impacto nas práticas de coleta e uso de informações de clientes. Leis como a LGPD no Brasil e o GDPR na Europa exigem que empresas adotem normas e boas práticas para garantir o respeito aos direitos dos titulares dos dados.
Como agência e profissionais de marketing e tecnologia, precisamos desenvolver estratégias eficientes de captação e fidelização com o respeito às regras de proteção de dados. Alguns navegadores como Firefox, da Mozilla, e Safari, da Apple, já bloqueiam os cookies de terceiros. O Google, por sua vez, detentor do maior share de navegação com o Chrome, trabalha desde 2020 para interromper esse tipo de rastreio.
O principal objetivo dessa interrupção? Oferecer mais privacidade aos usuários.
Uma publicação sobre privacidade e proteção de dados no Brasil realizada em 2022 revelou que 42% dos usuários de internet com 16 anos ou mais estavam "muito preocupados" e 25% "preocupados" com a captura e tratamento de seus dados durante compras online. Ou seja, 67% dos entrevistados mostraram ressalvas em relação ao compartilhamento de suas informações. Por outro lado, em 2023, uma pesquisa da Febraban indicou que apenas 20% das empresas brasileiras haviam se adaptado à nova legislação de proteção de dados até então.
Como o impacto do fim dos cookies de terceiros é significativo para os diversos agentes do ecossistema digital, como anunciantes, agências, publishers, plataformas e provedores de soluções, esses agentes precisam se adaptar às novas formas de identificar, alcançar e engajar os consumidores online, buscando alternativas que sejam eficientes, transparentes e respeitosas com a privacidade dos usuários.
Na parte prática, algumas das medidas que podem ser adotadas:
– Obter o consentimento expresso e informado dos usuários para o tratamento dos seus dados, explicando claramente quais são os fins e as bases legais para isso.
– Implementar políticas de privacidade transparentes e acessíveis, que esclareçam quais são os dados coletados, como são usados, com quem são compartilhados e por quanto tempo são armazenados.
– Oferecer mecanismos para que os usuários possam exercer os seus direitos de acesso, retificação, exclusão, portabilidade, oposição e revogação do consentimento dos seus dados.
– Adotar medidas técnicas e administrativas para garantir a segurança e a confidencialidade dos dados, evitando vazamentos, perdas ou acessos não autorizados.
– Realizar uma análise de impacto sobre a proteção de dados antes de iniciar qualquer atividade que envolva o tratamento de dados pessoais sensíveis ou em larga escala.
– Capacitar os colaboradores e parceiros envolvidos no marketing sobre as normas e boas práticas de proteção de dados, criando uma cultura de respeito à privacidade.
A proteção de dados não deve ser vista como um obstáculo, mas como uma oportunidade para o marketing se adaptar à nova realidade e oferecer uma experiência mais confiável e satisfatória aos seus públicos. Ao seguir essas recomendações, é possível não só cumprir com as obrigações legais, mas também fortalecer a reputação e a competitividade da empresa no mercado. Além de ser uma tarefa que, mais cedo ou mais tarde, toda empresa terá que olhar com carinho, tempo e profundidade.
Dora de Oliveira, Diretora de martech e data analytics da agência i-Cherry

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.