A Cisco Systems anunciou que planeja oferecer infraestrutura como serviço (IaaS, na sigla em inglês) para clientes corporativos e, para tanto, pretende investir US$ 1 bilhão nos próximos dois anos. A empresa é uma das últimas, dentre os grandes de fornecedores de tecnologia, a ingressar nesse mercado, na esperança de capitalizar a demanda das empresas por infraestrutura de rede em nuvem, em vez de investirem em equipamentos próprios.
Segundo a Cisco, parte do montante será aplicado na construção de data centers, denominados Cisco Cloud Services, que também contarão com salas de computadores operados por parceiros de negócios. Os clientes, garante a empresa, contarão com um ambiente de computação potente para seus sistemas de TI.
"As empresas estão procurando maneiras diferentes de fazê-lo [o investimento]", disse Rob Lloyd, presidente da área de desenvolvimento e vendas da Cisco, ao The Wall Street Journal. "Todo mundo está percebendo que a nuvem pode ser um veículo para a obtenção de economia [e] mais baixo custo."
A Cisco se rendeu a nuvem após verificar a mudança que esse serviço vem provocando no negócio de gigantes da tecnologia e também pela necessidade de repensar suas estratégias à medida que mais empresas estão desistindo de investir em hardware próprio e optando por serviços externos, observam analistas.
E um dos gigantes no qual ela se espelha é Amazon, varejista online que ajudou a criar esse mercado. Analistas estimam que o seu negócio de nuvem, conhecido como Amazon Web Services, movimenta US$ 3 bilhões ou mais em receita por ano. A consultoria Financial Robert W. Baird & Co. estima que cada dólar pago pelas empresas para a Amazon Web Services substitui de US$ 3 a US$ 4 gastos em serviços tradicionais de tecnologia da informação.
"Isso não significa que nós estamos embarcando em uma estratégia para competir diretamente com a Amazon", disse Lloyd. Ele explica que a abordagem da Cisco será diferente da Amazon de várias maneiras. E cita, por exemplo, que a Cisco planeja vender seus serviços em nuvem para empresas de telecomunicações, que, por sua vez, poderão usá-los como parte de um pacote de serviços baseados na internet para vender a outras empresas.
A empresa também tem planos de adaptar os seus serviços para funcionar com softwares de empresas como a SAP, Microsoft e VMware, todos usados em grandes empresas. Segundo a Cisco, os parceiros iniciais que irão utilizar o seu serviço de nuvem são as operadoras de telecomunicações Telstra Corp., da Austrália, e canadense Allstream Inc.