A Aon identificou uma queda considerável nas fusões e aquisições (M&A), na América Latina, em 2022. Segundo levantamento feito pela companhia, houve uma queda de 11% no número de transações e de 42% no montante empreendido no ano, em comparação com 2021.
O mercado transacional latino-americano terminou 2022 com 3.452 fusões e aquisições, anunciadas e fechadas, por um valor agregado de 97,907 bilhões de dólares, como mostra o informe Anual 2022, patrocinado pela Aon, Datasite e TTR Data.
O total de operações retrocedeu a 1.625, ante 2.224 registradas no mesmo período do ano passado. O resultado do último trimestre de 2022, com 734 operações, foi o menor em quatro anos.
De acordo com o estudo, apesar do Brasil liderar a categoria de países mais ativos da região, com 2.387 transações no ano, houve uma queda de 12% no volume de transações, e ainda redução de 49% em capital mobilizado, que atingiu 57,089 bilhões de dólares. Em segundo lugar aparece o México, com 422 transações (alta de 1%) e 16,036 bilhões de dólares em capital investido (uma queda de 17%); em terceiro lugar, o Chile com 314 transações (uma queda de 12%) e 14,723 bilhões de dólares em capital investido (menos 17%); e em quarto lugar está a Colômbia, com 266 transações, e que, junto com o México foi o único país da região a registrar um aumento no número de transações, que neste caso foi de 6%, e 10,061 bilhões de dólares em capital investido (menos 20%).
Por sua vez, na Argentina, as 184 transações registradas representam uma diminuição de 16% e um decréscimo de 70% em valor (4,180 bilhões de dólares); enquanto o Peru registrou 109 transações (queda de 16%) e uma redução de 25% no capital mobilizado (2,572 bilhões de dólares), em comparação com o mesmo período do ano passado.
O especialista da Aon enfatizou a crescente relevância da mitigação de riscos em período de volatilidade política e econômica na região: "o apoio de uma equipe de especialistas dedicados a enfrentar a complexidade que as transações de fusões e aquisições exigem permite que compradores e vendedores otimizem a análise, a gestão e a transferência de riscos, bem como a implementação de medidas que gerem outros tipos de ganhos do ponto de vista das pessoas e de questões relacionadas à propriedade intelectual e cibernética. Estes fatores estão redirecionando e impulsionando o investimento em nosso mercado.
"Por exemplo, durante 2022, a busca por soluções de seguro para a transferência de riscos no processo de negociação e fechamento de vendas de fusões e aquisições aumentou cinco vezes para a Aon na América Latina, ao contrário dos anos anteriores", afirmou Junqueira.
Transação líder em fusões e aquisições
A transação selecionada por este relatório como a mais importante da América Latina em 2022 pertence a uma empresa chilena: Inchcape, sediada em Londres e dedicada a operar concessionárias de veículos, por meio da Inchcape Chile, que se fundiu com a empresa local Derco, em uma operação de 1.536 bilhões de dólares.
Tecnologia e Finanças, os setores mais ativos do ano
Em geral, os setores mais ativos em 2022, seguindo a tendência dos últimos anos, foram os de tecnologia e finanças. No entanto, o setor energético, com ênfase nas energias renováveis, seguido do de infraestrutura, tem atraído negócios e gerado valor agregado.
Em relação ao setor energético, Felipe Junqueira explicou que os conflitos geopolíticos provocaram uma reviravolta no cenário macroeconômico global, que gerou impacto no mercado de fusões e aquisições na América Latina, e chamou a atenção para o problema da escassez e dependência de energia, por isso o setor será foco de atenção por muito tempo.