Aliança com multinacional pode encurtar caminho de offshore

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A experiência que o Brasil adquiriu na produção de soluções para automação bancária pode tornar o País um dos fornecedores de soluções para o SEPA (Single European Payments Area), sistema de pagamento que vai interligar todo o setor financeiro na Europa. Porém, as produtoras nacionais terão de fazer parcerias com multinacionais e também a lição de casa.

A recomendação é do consultor na área financeira Cláudio Olimpio Moura, gerente de desenvolvimento de negócios da TATA Consultancy Services (TCS) Brasil, subsidiária local da gigante de outsourcing indiana. O executivo transmitiu o aviso durante palestra para um grupo de empresários de TI, na semana passada, no Instituto de Tecnologia de Software (ITS).

Moura destacou que o SEPA é uma grande oportunidade para as produtoras nacionais que forneceram soluções para o SPB (Sistema de Pagamentos Brasileiro). O consultor explica que o sistema europeu é muito maior que o SPB, pois está sendo projetado para consolidar as transações financeiras de todos países da Europa.

O SEPA foi apresentado ao mercado em março de 2002 pelo European Central Bank (ECB) com a participação de mais de 40 instituições financeiras da Europa. Olímpio informa que o projeto ainda está em fase de especificação.

?A indústria brasileira tem que se preparar para fornecer para o SEPA, se associando a multinacionais como a própria TATA, a IBM e outras empresas com atuação global?, afirma o consultor. Ele observa que banco só compra software de empresa pequena quando há uma companhia grande por trás para garantir entrega da solução.

Moura destaca que a TATA tem parcerias bem-sucedidas com pequenas desenvolvedoras de software para atender o setor financeiro no mercado global. Um exemplo é o acordo com a China Systems, produtora do sistema Trade Finance, que auxilia os bancos a gerenciarem operações de importação e exportação. Com ajuda da TATA, essa solução já está rodando em mais de 200 bancos ao redor do mundo.

Lição de casa

Só a parceria com multinacionais não encurta o caminho do offshore, se as empresas também não fizerem a lição de casa. O consultor bate na tecla da falta de domínio do inglês, que é a língua dos negócios no mercado internacional. Antes de tentarem cair nesse mundo, os empresários precisam adquirir fluência desse idioma e mais: preparar as suas empresas para atender os possíveis clientes estrangeiros.

?Não adianta nada o empresário falar bem inglês e quando alguém ligar para sua empresa, a secretária desliga porque não sabe se comunicar no idioma e acha que é trote?, diz ele. O site da empresa também precisa ser bilíngüe, além dos manuais e as soluções serem traduzidas para o inglês. Ele também pega no pé dos empresários que levam tradutores para socorrê-los no exterior.

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