A saída do Reino Unido da União Europeia teve repercussões muito significativas em empresas de mídia e telecomunicações, sobretudo aquelas que operam na Europa, ainda que os abalos no mercado financeiro tenham sido sentidos no mundo todo. Entre as empresas de telecomunicações, a mais afetada foi a Telecom Italia, há muito vista como alvo de uma possível aquisição pela Vodafone inglesa. A empresa teve uma queda de quase 20% em suas ações. A Telefónica, que controla a O2 no Reino Unido, caiu 17,5%. A Liberty Global, que opera TV a cabo em toda a Europa e é dona da Virgin Media, maior operadora de TV a cabo britânica, caiu quase 14%. O mesmo aconteceu com os grandes fornecedores europeus de equipamentos. A Nokia teve queda de 8,6%, a Ericsson caiu 7,3%. Grupos empresariais europeus que atuam no setor de mídia e telecom também despencaram. Vivendi caiu 6,6%, Vodafone caiu 7%, Deutsche Telekom caiu quase 6%.
Além de todo o abalo resultante da mudança na geopolítica europeia, existe uma grande frustração de expectativas no setor de comunicações e telecom em relação ao futuro do que viria a ser o mercado digital único europeu, que prometia abrir portas para o desenvolvimento de empresas no ramo de Internet das Coisas e distribuição digital de serviços.
Mesmo empresas que não são europeias mas têm interesses relevantes no continente despencaram, acompanhando as bolsas em quase todo o mundo A News Corp caiu 5,7%, a Discovery caiu 7,2%, America Móvil (com interesses na Holanda) caiu 6,37% entre outras. Mesmo empresas de Internet mas que têm interesses globais sofreram: Netflix caiu 3,5% e Alphabet (Google) caiu 4,15%. Também as operadoras brasileiras cujas matrizes estão na Europa pagaram o preço do referendo britânico. A Telefônica caiu 4% no Brasil e a TIM despencou 7,4%. Os destaques positivos foram a Oi (alta de 18,7%) e a Pharol (acionista da Oi) com alta de 11%.