Finep tem R$ 1 bi para fundos voltados a empresas inovadoras

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A Finep, agência de apoio à inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia, vai investir em 13 novos fundos de capital voltados a empresas inovadoras. Todos esse fundos são administrados por gestores especializados em garimpar bons projetos nos mais diversos setores e, juntos, pretendem investir R$ 1,8 bilhão em cerca de 130 empreendimentos. Desse montante, R$ 1 bilhão viria da Finep e dos parceiros da Incubadora Inovar. O objetivo é que, através dos fundos, o dinheiro chegue a empresas com alto potencial de crescimento.

Neste ano, o processo de seleção dos fundos foi dividido entre a segunda chamada pública do Programa Inovar Semente, voltada para seed capital (financiamento voltado para o desenvolvimento de uma idéia de negócio economicamente viável) e a oitava chamada de fundos Inovar Venture Capital, que pela primeira vez foi aberta também a private equity. No total, 20 propostas foram inscritas e a demanda por capital alcançou R$ 2,5 bilhões.

Agora, os 13 fundos selecionados entram na fase de due dilligence, espécie de auditoria realizada junto aos candidatos a receber investimentos. Somente após essa análise serão definidos aqueles que, de fato, receberão aportes.

Criada pela Finep em 2001, a Incubadora Inovar é um consórcio de investidores institucionais que selecionam e aplicam recursos em fundos de capital semente, venture capital e private equity. Nessas modalidades, os investidores tornam-se sócios das empresas através da compra de participações, o que significa dividir lucros e perdas.

Em seis anos, a incubadora comprometeu R$ 600 milhões em 13 fundos, que já beneficiaram 50 empreendimentos inovadores. Além da Finep, são membros da iniciativa o Fundo Multilateral de Investimentos, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (Fumin/BID), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Banco do Brasil Investimentos, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e os fundos de pensão dos funcionários do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Fapes), do Banco do Brasil (Previ), da Petrobras (Petros) e da Caixa Econômica Federal (Funcef).

Na chamada do Programa Inovar Semente, dos cinco fundos apresentados, três foram selecionados e devem investir um total de R$ 44 milhões em 50 empresas. Cerca de R$ 18 milhões viriam da Finep. O BID/Fumin também tem interesse em investir, mas ainda não há valores definidos.

Em seis anos, o Inovar Semente aplicará R$ 300 milhões em cerca de 24 fundos de seed money, modalidade de investimento focada em apoiar empreendimentos em um estágio pré-operacional, muitas vezes ainda dentro de incubadoras e universidades.

A superintendente da área de investimento da Finep, Patrícia Freitas, acredita que o estímulo a empresas nascentes com alto potencial de crescimento é fundamental. "São elas que, em um futuro próximo, garantirão a manutenção de um mercado de capitais dinâmico e diversificado, além de alimentarem a indústria de venture capital", explica.

Hoje, a Finep possui outras três propostas de fundos de capital semente em fase final de aprovação, referentes a primeira chamada, realizada em julho de 2006. A expectativa é que os fundos invistam R$ 30 milhões em 40 empresas, sendo metade do valor aportado pela Finep.

"Cada vez mais concentraremos esforços na indústria de capital semente. Temos 40 anos de tradição em apoiar pequenos empreendimentos de base tecnológica. É a área onde possuímos maior experiência e podemos fazer mais diferença", afirma Patrícia. Ela acrescenta que a Finep vai utilizar em seed money a mesma energia que dispensou para estruturar e ajudar a consolidar o mercado de venture capital. "Para isso, passaremos a realizar duas chamadas de capital semente por ano, em vez de apenas uma", conclui.

Venture capital e private equity

Apesar do foco hoje ser capital semente, o setor de venture capital não foi deixado de lado. Dos dez fundos inscritos na oitava chamada Inovar, sete foram selecionados. Serão R$ 720 milhões dirigidos a aproximadamente 60 empresas. A expectativa dos fundos é captar R$ 460 milhões junto aos parceiros da Incubadora Inovar.

O venture capital beneficia empreendimentos que, embora ainda pequenos, já possuem um ciclo comercial completo. Ou seja, têm produto, canal de distribuição e clientes. Algo entre o capital semente e o private equity, esse último voltado a empresas de médio porte que ainda não estão prontas para abrir capital na bolsa de valores. Nessa modalidade, três fundos foram selecionados entre os cinco inscritos. Ao todo, vão investir R$ 1,1 bilhão em 20 empresas, dos quais R$ 590 milhões seriam aplicados pelos parceiros Inovar.

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