Analytics na área da Saúde: uma perspectiva cultural

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No mundo dos dados da área da Saúde, há um crescimento exponencial de informações clínicas, administrativas e financeiras relacionadas ao atendimento ao paciente. Algumas delas mostram, por exemplo, quais são os médicos mais completos, com melhores resultados e os pacientes mais saudáveis.

No entanto, é claro, nenhum clínico está sempre acima da média – por definição, é comum haverem desvios durante determinados períodos. O ideal é ter todos os profissionais sempre acima do esperado, mas basta um pouco de conhecimento em estatística para saber que isto não é possível. O verdadeiro objetivo da organização, ao ter os dados em mãos, é manter os gráficos caminhando na direção correta. Assim, todo o corpo de profissionais de saúde melhora.

Tenho trabalhado com profissionais da área médica durante décadas e observo sempre a mesma sequência de eventos, com negação e aceitação. O ciclo resumido abaixo, conhecido também como "ciclo de cultura analítica", é universal e previsível:

  1. Informações de desempenho são requisitadas
  2. Os dados são obtidos, avaliados e apresentados aos proprietários de forma lógica e fácil de analisar
  3. Os dados não são positivos
  4. O choque e o caos tomam conta dos geradores dos dados
  5. Há uma desconexão entre os dados e suas próprias atividades profissionais
  6. As pessoas começam a procurar culpados
  7. Ignorar os dados é a opção escolhida, já que não prejudica ninguém
  8. Negação, negação, negação
  9. Os geradores dos dados têm uma nova ideia
  10. Começa o interminável processo em busca de melhorias

Faz parte da natureza humana responder defensivamente quando nos apresentam dados negativos sobre desempenho. As expectativas são sempre muito altas quando você compartilha informações clínicas com médicos muito inteligentes, muito competitivos e muito competentes. E aqui residem dois problemas que os hospitais enfrentam:

  1. A maioria deles, especialmente aqueles com equipes médicas voluntárias, prefere não antagonizar seu time. Ao mesmo tempo, seu propósito é sempre proteger os interesses do paciente. Como resultado, os hospitais são obrigados a medir, monitorar e buscar melhorias no processo de cuidados médicos. Quando os dados refletem o fraco desempenho, os funcionários se tornam portadores de más notícias;
  2. A boa notícia é esses mesmos médicos racionais aceitarão dados legítimos. Os médicos são treinados como cientistas e investigadores e ignorar números é algo fora de sua zona de conforto profissional. Em outras palavras, eles estão sempre dispostos a melhorar o serviço clínico e a satisfação do paciente, uma vez que eles tenham certeza sobre a integridade dos dados.

Então, qual é a solução?

Parte dela está na forma como as histórias são contadas e comunicadas. Cada hospital tem uma cultura única, onde os dados impulsionam a tomada de decisão clínica. Mas os indicadores de desempenho são diferentes e devem ter base sólida na realidade para serem eficazes.

Todos nós apresentamos dados a nossos líderes ou superiores em algum momento.  Ainda que você conheça todas as informações, é preciso estar preparado para que a veracidade seja colocada à prova. Quando surgem essas questões, deve-se ter a fonte das informações imediatamente disponível para sufocar qualquer descrença. Cortar o mal pela raiz. Se a aceitação ocorre mais cedo, a melhoria pode ocorrer mais cedo. Acelere o processo ao neutralizar imediatamente as pessoas que duvidam dos dados.

Como profissionais da área médica, o nosso objetivo deve ser a melhoria da qualidade e da tomada de decisões baseada em dados. Ter as ferramentas e técnicas necessárias para trazer a mudança é um requisito básico no mundo da medicina de hoje. Seja parte da solução, e não do problema.

Chris Christy, diretor da Qlik para o setor de Saúde.

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