A Repsol Sinopec Brasil vai investir mais de R$ 60 milhões no desenvolvimento de tecnologia de emissão negativa (NET) em parceria com a PUCRS. Trata-se do primeiro projeto a ser implementado no Brasil, com condições geológicas, climáticas e de temperatura diferenciadas das tecnologias já desenvolvidas para o hemisfério norte.
DAC SI propõe utilizar a tecnologia Direct Air Carbon Capture and Storage (DACCS), que consiste na extração de CO2 do ar e o seu armazenamento geológico. Vale destacar que o projeto não busca reduzir ou minimizar emissões, mas sim, remover gás carbônico já existente na atmosfera, abatendo emissões já realizadas. Para o armazenamento, a intenção é utilizar rochas basálticas para fixação do gás carbônico através do processo de mineralização. A previsão é que a implementação e a operacionalidade de uma planta DAC estejam concluídas em três anos.
O projeto faz parte de um programa da Repsol Technology Lab, que vem desenhando ao longo dos últimos anos uma plataforma global de iniciativas experimentais destinadas a apoiar os compromissos Net Zero. "Este é o projeto de pesquisa e desenvolvimento mais ambicioso lançado pela Repsol Sinopec Brasil, tanto em termos econômicos, como de impacto futuro esperado, como parte do processo de transição energética", destacou Jose Javier Salinero, gerente de P&D da RSB.
A primeira fase do projeto compreende a aquisição dos equipamentos necessários e a avaliação do potencial de mineralização do CO2 em rocha basáltica da Bacia do Paraná, adequando a tecnologia ao ambiente brasileiro. O projeto pretende ainda avaliar a utilização de energias renováveis, como a fotovoltaica, para o suprimento energético da unidade DAC, evitando assim novas emissões durante o processo de remoção de CO2 da atmosfera.
O Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais da PUCRS foi selecionado para este projeto por possuir um longo histórico na execução de projetos de PD&I na área de CCS (Carbon Capture and Storage), profissionais com competência no assunto e uma infraestrutura única para a realização de diversas etapas experimentais, além de possuir um modelo de inovação aberto e flexível que se adequa à estrutura que um projeto desse porte necessita.
"Sermos parceiros da Repsol Sinopec Brasil em um projeto dessa magnitude e importância social é um grande orgulho para todo o time do IPR-PUCRS. Desenvolver tecnologias que atuem na mitigação das mudanças climáticas está sendo um grande desafio para toda a nossa geração. Mas mais que um desafio, é uma necessidade iminente", declara Felipe Della Vecchia, diretor do Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais da PUCRS.
Este projeto se incorpora ao premiado portfólio de pesquisa e desenvolvimento da Repsol Sinopec Brasil que está cada vez mais orientado a encontrar soluções aos desafios da descarbonização.