A Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça anunciou mudanças para tornar mais segura a Rede de Integração Nacional de Informações de Segurança Pública, Justiça e Fiscalização (Infoseg). Entre as medidas está a certificação digital, mesmo sistema utilizado pelos bancos que cadastram computadores. Com isso, o usuário deve sempre utilizar a mesma máquina para acessar o banco de dados.
A Senasp também vai promover um recadastramento dos 107 mil usuários do Infoseg e pretende aumentar a base de dados e a qualidade das informações disponíveis. "Herdamos um sistema magnífico, mas bastante precário do ponto de vista da segurança", afirmou o secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, alegando que R$ 2 milhões já foram investidos no sistema para torná-lo mais seguro.
O Infoseg interliga, via internet, os órgãos de segurança pública, Justiça e de fiscalização em todo o país, por meio da qual policiais civis e federais de qualquer unidade da federação têm acesso a dados de pessoas com inquéritos, processos, mandados de prisão, além de dados de veículos, condutores e armas.
A necessidade de ampliar a segurança do sistema começou a ser avaliada depois que senhas foram vendidas e informações privativas vazaram. O caso está sendo investigado desde abril. Segundo a Senasp, dezenas de pessoas já foram presas e estão respondendo a processos judiciais. "Pessoas entram e saem do sistema o tempo todo. Um policial pode ser demitido e resolver vender a senha dele, por exemplo. Se nós não formos comunicados, ela [a senha] vai continuar valendo", explicou o subsecretário nacional de Segurança Pública, Garacy Mingardi. "Por isso vamos fazer um recadastramento geral. Mas não há nada de confidencial, como informações de inquéritos policiais, no Infoseg. Apenas informações privativas."
O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Segurança Pública, Francisco Sá Cavalcante, apoiou as mudanças e defendeu a utilização do Infoseg, apesar de ainda haver indícios de fragilidade do sistema. "O Infoseg é a primeira ferramenta que o policial usa quando vai iniciar uma investigação. E se você tem uma vaca com carrapatos, não vai matar a vaca e, sim, os carrapatos", exemplificou Sá Cavalcante.
De acordo com a Senasp, o Infoseg recebe cerca de 112 mil consultas diárias.
Com informações da Agência Senado.