O mercado de infraestrutura de TI no Brasil teve queda de 18% no segundo trimestre de 2019 e faturou US$ 315, 52 milhões, de acordo com o IDC Brazil Enterprise Infrastructure Q2 2019, estudo da IDC Brasil. "A expectativa em relação à reforma da Previdência travou os investimentos tanto do setor público como do privado. Além disso, grande parte dos equipamentos é importada e a oscilação do dólar no período adiou investimentos e derrubou os números no período", afirma Luis Altamirano, analista da IDC Brasil.
Dos setores que englobam o mercado de infraestrutura de TI – servidores, armazenamento e redes -, apenas o de redes (roteadores, switches e Wi-Fi corporativo), teve bom desempenho. Nos meses de abril, maio e junho deste ano, segundo o IDC Brazil Networking Tracker Q2 2019, a receita foi de US$ 155,75 milhões, crescimento de 3% em relação aos mesmos meses de 2018, impulsionado pela transformação digital. "As pequenas empresas já nascem digitais, mas as médias e grandes empresas de setores como educacional, hoteleiro, financeiro e de manufatura ainda estão em algum estágio da jornada de transformação para um mundo menos analógico e mais conectado".
Já o mercado de servidores x86, de acordo com o IDC Brazil Server Tracker Q2 2019, fechou o segundo trimestre de 2019 com receita de US$ 110,38 milhões e queda de 26%, bem diferente do registrado no segundo trimestre de 2018, quando o segmento teve alta de 66%. No entanto, o analista da IDC reforça que não foi o segundo trimestre deste ano que teve um desempenho muito baixo e, sim, o mesmo período do ano passado que teve uma performance surpreendente.
"Normalmente, os últimos três meses do ano são os melhores em termos de investimentos em servidores, mas em 2018, por conta das eleições, as compras foram antecipadas". O estudo da IDC concluiu também que, em abril, maio e junho de 2019, as máquinas racks para datacenters foram as mais vendidas.
Completando o panorama do mercado de infraestrutura de TI no segundo trimestre de 2019, o IDC Brazil Storage Tracker Q2 2019 indicou que o setor de armazenamento externo faturou US$ 49,39 milhões, queda de 42% em relação ao mesmo período de 2018. Os dados refletem um comportamento que já vem sendo observado, com equipamentos de médio porte ganhando o mercado em relação ao segmento high-end.
Em 2019, a IDC Brasil prevê queda de 11% na receita do setor de servidores e de 14% no de armazenamento externo. Já o de redes deve continuar crescendo, registrar alta de 6% e contribuir para o mercado de infraestrutura fechar o ano com queda de 5%. Em termos de representatividade dos mercados, redes terá 47%, servidores 34%, e armazenamento externo 19% de participação.
Para 2020, a IDC prevê alta de 2% no mercado de infraestrutura. "Teremos uma diretriz melhor em relação ao cenário político-econômico que tem reflexo no setor público e privado. No ano que vem se espera um maior investimento de setores não tradicionais de TI, como o da saúde, educação e comércio", finaliza.