A redução de custo não é critério para seleção de terceirização

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Aquele modelo consagrado de produção em alta escala, que figurou num cenário onde a Índia se transformou numa referência mundial de terceirização offshore, está caindo por terra. O baixo custo, que se tornou o produto de maior interesse para o mundo quando descobriram que os indianos poderiam atender à demanda de inúmeros países que por um desenvolvimento de sistemas em larga escala, passou a ser questionado pelos mercados que operam com processos que requerem conhecimento das práticas de negócios.
Muitas empresas européias têm trazido de volta para seu país os projetos que foram levados para a Ásia, pois o esforço necessário para a coordenação e a comunicação com a Índia passou a ser um obstáculo, principalmente para a evolução de projetos diários. Aqui, o baixo custo deixa de ser a prioridade e entra em cena a busca pela qualidade requisitada por determinados segmentos.
Diante dessa nova realidade, um novo modelo de entrega global tem se destacado no mercado. Trata-se do desenvolvimento de uma estrutura de atendimento baseada em um conceito de atendimento mundial, que é dividido de acordo com a expertise dos times presentes em diversos países e a necessidade do cliente.
Através de um padrão híbrido, que leva em consideração as prioridades do cliente, que pode preferir a vantagem econômica, especialmente para projetos rápidos, ou o trabalho com peritos altamente qualificados e até mesmo a combinação de diferentes opções, o modelo de desenvolvimento global trouxe uma oferta distinta e eficiente ao mercado.
A partir da estruturação de especialistas de TI organizados em redes globais, hoje é possível que um cliente, esteja ele em qualquer país, seja atendido por diretores de projetos provenientes da sua região, porém, o restante da composição da equipe será orientada conforme a demanda específica deste cliente. Na prática, serão acionadas as equipes mais aderentes ao conhecimento demandado neste projeto.
O principal diferencial deste modelo, que só pode ser desenvolvido por um provedor de outsourcing com estrutura de suporte e entrega global, é a garantia de uma correta distribuição de competências, que utiliza a melhor equipe para participar do atendimento às diferentes necessidades dos clientes.
Deter esta modalidade de atendimento mundial favorece ao que realmente importa: os resultados com a garantia de um projeto desenvolvido com a qualidade exigida pelo cliente e dentro do prazo e dos preços acordados.
Será essa a forma de terceirização da nova geração? Toda essa adaptação ao ambiente do cliente, que é uma evolução do outsourcing de TI, vem ocorrendo nos últimos anos para acompanhar o nível de complexidade dos serviços terceirizados, que têm aumentado consideravelmente por conta da maturidade do mercado. Fatores críticos, como por exemplo, a disponibilidade de analistas, a competência intercultural e a minimização de riscos geopolíticos dão lugar à mera economia nos custos dos processos.
Outro ponto que ganha importância nesta nova categoria de terceirização é a questão da localização dos recursos necessários para a prestação de serviços que aparecem com maior freqüência. Participar de pequenos projetos, ao invés de se vincular apenas aos grandes volumes de terceirização, que envolvem alto valor agregado, garante ao fornecedor sua presença no cliente em todos os momentos. E este perfil de disponibilidade é possível apenas aos provedores que detêm uma rede global de especialistas capacitados para atender do pequeno ao grande projeto.
Neste contexto de atendimento, em que há a co-participação no desenvolvimento de processos rotineiros das empresas através de soluções econômicas e um formato mais arrojado, a terceirização ganha um aspecto que se insere inclusive nos meandros dos processos de governança.
E, para estar envolvido nas questões de governança corporativa, é preciso ter estrutura para operar de forma flexível e condições para reagir às mudanças que ocorrem no ambiente global das companhias. O prestador de serviço de TI que estiver capacitado para atender a todos esses requisitos, certamente terá lugar para este modelo que passa a ditar as regras da nova geração da terceirização.

Carlos Eres é CEO da GFT Iberia e responsável pelo grupo GFT do Sul da Europa e Américas. A companhia é provedora mundial de serviços de TI e criadora do Global Delivery Model, sistema de gestão de recursos globais que permite a interação de profissionais especializados para as diferentes necessidades de terceirização, independente da região de origem da demanda

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