Usuários consideram internet crucial para a subsistência e prosperidade

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Oitenta e seis por cento dos usuários de internet no Brasil defendem que o acesso barato à rede mundial deve ser considerado um direito humano básico, ante um índice de 83% de pessoas no restante do mundo que têm a mesma opinião, de acordo com pesquisa encomendada à Ipsos pelo Centro de Governança Internacional de Inovação (Cigi, na sigla em inglês), divulgada nesta segunda-feira, 24, em Ottawa, no Canadá.

Segundo o levantamento, dois terços dos usuários de internet (64%) estão mais preocupados hoje com a privacidade online do que há um ano, sendo que no Brasil esse índice é de 83%. Em relação ao modelo de governança da internet, 57% dos entrevistados no mundo e no Brasil defendem o modelo de cogestão, chamado 'multistakeholder', com a participação de governos, setores privado e acadêmico, organizações não governamentais e, sobretudo, a sociedade civil.

Entre as principais preocupações dos usuários de internet em relação a atividades criminosas, a fraude em contas bancárias (78%) figura em primeiro lugar, seguida de roubo de informações pessoais — tais como mensagens privadas e fotografias —, monitorização por empresas privadas (77%) e a venda de dados confidenciais de usuários (74%) de rede sociais e sites de comércio eletrônico, entre vários outros, sem o consentimento explícito.

"A pesquisa mostra de forma dramática os temores das pessoas com a segurança no mundo virtual. Há um déficit de confiança dos internautas em relação à violação ou roubo de suas identidades e comunicações online por aqueles que operam nas trevas da rede mundial", diz Fen Hampson, diretor do programa de segurança do Cigi. "A menos que essa confiança seja restaurada, por meio de inovações de governança criativas, o potencial real da internet para promover o desenvolvimento humano e a prosperidade global estará seriamente comprometido."

Outra preocupação dos usuários é que instituições importantes de seus países sejam atacadas por um governo estrangeiro ou organização terrorista. Dois terços dos usuários de internet repudiam também a censura à rede mundial feita por governos, bem como que agências de inteligência dos países façam o monitoramento secreto de suas atividades online.

A esmagadora maioria dos internautas em todo mundo diz que devem ser garantidas a liberdade de expressão, liberdade de associação, de comunicação e a geração de novos conhecimentos e de oportunidades econômicas na rede mundial. Mas o que mais chama atenção no estudo é que 81% dos usuários consideram a rede mundial essencial para sua subsistência e prosperidade financeira.

"Neste momento, um terço da população mundial está online, mas dois terços não estão. E isso contribui para a desigualdade de renda e também sufoca todo o potencial de prosperidade e inovação no mundo", alerta Hampson.

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