Computação quântica pode gerar US$ 850 bilhões em receita até 2035, aponta consultoria

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Enquanto a física por trás da computação quântica continua sendo uma questão complexa para muitos, seu potencial de impacto positivo para os negócios é bastante claro. É o que indica o novo estudo do Boston Consulting Group (BCG) intitulado "Quantum Computing Is Becoming Business Ready". De acordo com o levantamento, a tecnologia pode gerar entre US$ 450 bilhões a US$ 850 bilhões em receita líquida para usuários e empresas através de criação de receita e economia de custos.

O estudo identificou que a computação quântica de nível empresarial já dá pequenos passos rumo ao futuro, alcançados em laboratório, mas que apontam para o uso comercial real.

Supondo que as empresas de hardware de computação quântica continuem a cumprir suas metas de desenvolvimento (o que vêm fazendo nos últimos anos) e que o software continue a fazer melhor uso do hardware, há um sinal de que a computação quântica para uso empresarial pode começar a gerar valor para os negócios já em 2025.

Esta é uma boa notícia para os usuários e fornecedores de hardware e software, mas também um sinal de alerta para as empresas que ainda não começaram a direcionar esforços para a tecnologia. A falta de habilidades e de talentos na computação quântica separará rapidamente empresas líderes das demais.

Para garantir que os negócios estejam do lado certo dessa divisão, os CEOs precisam planejar o uso da computação quântica nos negócios agora.

O estudo estima que quando o uso da tecnologia estiver estabelecido (projetada para cerca de 2035), ela poderá gerar de US$ 450 bilhões a US$ 850 bilhões em receita líquida para usuários por meio de uma combinação de geração de receita a partir de novas oportunidades com o uso da inovação e economia de custos.

Essa perspectiva tem aproximado investidores, que têm buscado identificar as possibilidades de uso em seus negócios, fazendo parcerias com fornecedores e desenvolvendo recursos internamente. As venture capitals dobraram o investimento nos últimos três anos para chegar a quase US$ 1,6 bilhão em 2022.

O mercado global de computação quântica totalizou cerca de US$ 614 milhões em 2022 e o esperado é que os gastos continuem crescendo mais de 25% ao ano, atingindo cerca de US$ 1,2 bilhão em 2025.

Metade das empresas que o BCG pesquisou gastam mais de US$ 1 milhão por ano em computação quântica e 70% delas investem há mais de três anos.

Quase todos os entrevistados pelo BCG planejam manter ou aumentar os gastos nos próximos anos. Alguns early adopters mais agressivos (que gastam US$ 5 milhões ou mais anualmente na tecnologia) estão acreditando muito nos investimentos e querem ampliar sua vantagem competitiva: 80% dessas empresas planejam aumentar os gastos ano após ano.

O estudo também indica que por trás da postura agressiva está o entendimento de que, graças a uma confluência de fatores, a computação quântica provavelmente será uma tecnologia em que o "vencedor" leva a maior parte, sendo que uma parcela desproporcional do valor criado (estimamos que até 90%) irá para os negócios pioneiros.

Uma vez alcançada a vantagem quântica, provavelmente por um único player, a oferta será tão limitada que o fornecedor bem-sucedido terá vantagem na precificação e comando sobre os melhores talentos. Será difícil ou impossível para aqueles que não estabelecerem parcerias obterem acesso a uma máquina.

Hoje, segundo o BGC, o maior desafio para as companhias que querem desenvolver um projeto de computação quântica pode ser a dificuldade em encontrar pessoas especializadas para serem contratadas, dadas as restrições de oferta. As empresas precisam de uma estratégia abrangente de aquisição de talentos que englobe o recrutamento ou desenvolvimento de líderes com conhecimento sobre computação quântica, operadores familiarizados com a tecnologia e executores especializados no tema.
O estudo completo está disponível, em inglês, no site do BCG.

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