Modelos de gestão na era do conhecimento

0

A nova economia ou economia do conhecimento pode ser entendida como uma abordagem que privilegia idéias, informação e conhecimento que estimulam a inovação e a geração de valor para a organização.

Na sociedade da informação, o verdadeiro ativo não é a informação em si, mas o conhecimento, pois ele é quem cria valor para a organização. Assim, para que a criação de valor seja efetiva é necessário obter conhecimento no menor tempo possível, fazendo-o chegar até aos gestores que o utilizarão para dar suporte aos seus modelos de gestão.

Há um consenso de que o uso efetivo das tecnologias da informação pode gerar um diferencial competitivo que apóie substancialmente o modo de gestão da organização. A evolução da sociedade contribui para o aprimoramento dos modelos de gestão e vice-versa.

Assim, novos modelos de gestão são continuamente propostos, desenvolvidos e aplicados nas práticas gerenciais das organizações. O modelo de gestão congrega o corpo de conhecimento de uma organização. É importante estimular continuamente a aprendizagem organizacional e a gestão dos conhecimentos tangíveis e intangíveis.

A aprendizagem organizacional é o processo contínuo de experimentação e análise. Já a gestão do conhecimento é a criação e a aplicação do capital intelectual de forma efetiva e lucrativa.

A transformação de informação em conhecimento depende do modelo mental de cada um dos gestores da organização. Os seres humanos criam e usam modelos formais para explicar fenômenos da natureza, bem como modelos menos formais ou mentais. Os modelos mentais são flexíveis e construídos a partir das experiências que serão transformadas em conhecimento.

Atualmente, o melhor mecanismo de mapeamento desses modelos mentais é a Teoria de Sistemas, também conhecida como Pensamento Sistêmico. A partir do Pensamento Sistêmico podem ser gerados desenhos que descrevem o comportamento da organização, geralmente denominados de Arquitetura Organizacional. Esses desenhos buscam explorar continuamente como as tecnologias da informação podem apoiar e melhorar a aprendizagem e a incorporação permanente de conhecimento.

Um exemplo equivalente de desenho arquitetural, em outra área do conhecimento, é a utilização de planta baixa, elétrica e hidráulica que são usadas para facilitar a comunicação entre o mestre de obra e o engenheiro. Essas plantas arquitetônicas guiam o modelo mental do engenheiro e do mestre de obra na identificação do tipo e das características da construção.

Dessa forma, o objetivo de uma Arquitetura Organizacional é comunicar os elementos essenciais que explicam o funcionamento de uma organização, permitindo que os seus gestores tenham uma idéia clara dos pontos que devem ser tratados para atingir as metas desejadas.

Especificamente em relação a organizações de telecomunicações e TI, a arquitetura organizacional busca ser uma completa representação de toda a área de telecom ou de TI, expressando visões, estratégias, princípios de governança, metas, processos, estruturas organizacionais, competências e aspectos de automação, tais como sistemas de informação e infra-estrutura tecnológica. Todos esses fatores contribuem de forma significativa para um melhor gerenciamento, bem como para o alinhamento das áreas de telecomunicações e TI com o restante da organização.

Existem diversos frameworks que orientam o desenho da arquitetura organizacional denominados de Enterprise Architecture Frameworks (EAFs). Como exemplos temos o Federal Enterprise Architecture Frameworks (FEAF) e o The Open Group Architecture Framework (TOGAF). O FEAF é de adoção obrigatória pelas organizações públicas estadunidenses por força da lei Clinger Cohen Act que visa aprimorar a gestão de unidades de TI governamentais, de forma que elas sejam tão eficazes e eficientes como unidades de TI da iniciativa privada. O TOGAF reúne as boas práticas de modelagem organizacional sendo composto de um método detalhado e um conjunto de ferramentas de suporte para o desenvolvimento de arquiteturas organizacionais.

De qualquer modo, independente da aprendizagem e da gestão do conhecimento pretendida com a arquitetura organizacional adotada, modelos de gestão dependem de conhecimento. E a fonte de geração de qualquer tipo de conhecimento, ainda é de domínio do complexo cérebro humano.

Luis Fernando Ramos Molinaro é professor doutor da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília (UnB).

Colaboraram Marcelo Stehling Castro, professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), e Karoll Haussler Carneiro Ramos, consultora de empresas e mestranda da UnB.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.