Nos últimos anos, a popularidade dos criptoativos tem crescido exponencialmente, atraindo tanto investidores em busca de novos horizontes quanto criminosos à espreita de oportunidades para aplicar golpes.
Os criptoativos são bens digitais que podem ser fungíveis ou infungíveis e são frequentemente adquiridos como forma de especulação. Entre os exemplos mais comuns, destacam-se as criptomoedas (como Bitcoin e Ethereum), NFTs (Tokens Não Fungíveis), DeFi (finanças descentralizadas), entre outros.
Esses ativos são baseados na tecnologia blockchain, que proporciona uma estrutura descentralizada e transparente. Por outro lado, ela também apresenta desafios únicos em termos de segurança. Afinal, a relativa novidade dos criptoativos no mercado brasileiro, aliada à falta de regulamentação robusta, cria um cenário propício para a atuação de hackers e estelionatários.
Um exemplo é a ausência de medidas de segurança padronizadas nas corretoras e exchanges, aumentando a vulnerabilidade dessas plataformas. Além disso, a dificuldade de rastreamento inerente a muitos criptoativos facilita a impunidade dos criminosos, tornando esses golpes ainda mais atrativos.
Para se proteger contragolpes envolvendo criptoativos, é preciso adotar uma postura de ceticismo em relação a promessas de ganhos exorbitantes e fora da realidade do mercado. Antes de investir, é necessário investigar a reputação e o histórico das empresas ou indivíduos com os quais se pretende transacionar. Os golpistas frequentemente são conhecidos e já tiveram queixas registradas contra eles.
Outro ponto importante é desconfiar de propostas que prometem lucros rápidos e significativos sem riscos aparentes. E sempre verificar se a plataforma ou corretora utiliza protocolos de segurança robustos. Uma simples pesquisa no Google pode revelar informações cruciais sobre a confiabilidade de uma plataforma.
Caso alguém seja vítima de um golpe, existem caminhos para tentar recuperar os ativos perdidos, tanto de forma extrajudicial quanto judicial. A recuperação extrajudicial pode ser realizada através do envio de notificações e negociações diretas com as plataformas envolvidas ou com a outra parte. Este método pode ser rápido e menos dispendioso, mas sua eficácia depende da boa-fé das partes envolvidas.
Em contrapartida, a via judicial envolve o ajuizamento de ações para tentar reaver os ativos. No entanto, é essencial identificar e qualificar o golpista ou a plataforma com falhas de segurança. Isso pode ser um desafio especialmente quando a plataforma não possui representação no Brasil.
Infelizmente, muitos brasileiros ainda não estão familiarizados com os métodos utilizados por golpistas em casos envolvendo criptoativos. A falta de conhecimento e a curiosidade por esses novos ativos financeiros tornam as pessoas vulneráveis a fraudes.
Os golpistas se aproveitam da situação financeira complicada de muitos brasileiros, que veem nos criptoativos uma possibilidade de lucro rápido, sem compreenderem os riscos envolvidos.
Por fim, a conscientização e a educação são essenciais para evitar ser vítima de golpes digitais envolvendo criptoativos. Manter-se informado, adotar uma postura cautelosa e conhecer os caminhos para a recuperação de ativos são passos fundamentais para navegar com segurança no mundo dos criptoativos.
Matheus Lima, advogado da startup Advogados Cripto.