A saída de Steve Jobs do comando da Apple não deve trazer impactos negativos, do ponto de vista de negócios, para a companhia, que deve manter o ciclo de desenvolvimento de produtos inovadores ainda por um bom tempo. A avaliação é do analista do mercado de mobilidade da IDC Brasil, Bruno Freitas, para quem Jobs disseminou a cultura da inovação entre os principais executivos e os funcionários, o que garante à companhia a continuidade de sua filosifia de negócios. "A invação já está no DNA da empresa. A saída de Jobs faz parte desse processo de transição e a Apple deve continuar com a filosofia atual", diz.
Segundo o analista, a Apple também não perderá competitividade por conta da saída do executivo. Freitas lembra que, mesmo sob o comando de Jobs, a Apple sentiu a concorrência no mercado de mobilidade ficando cada vez mais acirrada, principalmente por parte dos produtos da Samsung. "A Samsung vem se tornando extremamente competitiva e pode se tornar ameaça real à Apple. Os players asiáticos, em geral, são muito ágeis. O tempo que os produtos lançados pela Apple se mantêm como inovadores no mercado vem diminuindo, fruto da rápida resposta dos concorrentes", observa.
O único problema apontado pelo analista da IDC em relação a saída de Jobs diz respeito ao impacto emocional, já que pode gerar certa "ansiedade" no mercado em relação aos novos lançamentos e próximos passos da empresa. "Um deslize, por exemplo, pode culminar em forte pressão psicológica sobre a empresa, remetendo imediatamente a saída executivo."
Um sinal disso, ainda que em menor dimensão, é que logo após Jobs anunciar a renúncia ao cargo na quarta-feira, 24, as ações da empresa tiveram uma queda de 7% no after market da bolsa eletrônica Nasdaq.
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