Há um consenso científico de que as três décadas entre 2020 e 2050 serão decisivas para o futuro humano. Vivemos anos cruciais, em que as mudanças climáticas e o esgotamento dos recursos de um planeta que terá 10 bilhões de pessoas em meados do século exigem uma transformação dos processos produtivos, dos modos de vida e um novo nível de consciência ambiental. Para vencer esses desafios, a participação das escolas, dos professores, dos alunos, dos pais, enfim, da Educação, é fundamental.
O papel da Educação não se limita ao que é ensinado no currículo escolar. A verdadeira aprendizagem envolve o exemplo, a reinvenção das práticas cotidianas. Ao educar para a sustentabilidade, as escolas também precisam ser sustentáveis e entender que o tema ambiental é inseparável do social.
Como mostram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), agir pela sustentabilidade é também enfrentar as desigualdades, reduzir a pobreza, trabalhar pela inclusão e pela diversidade, promover a participação de todos.
Trata-se de um efeito em cascata, que vai além da sala de aula, atinge a comunidade e se dissemina pelas famílias, gerando uma cadeia de mudanças de comportamento. Pela mesma razão, a educação para a sustentabilidade pressupõe a formação de grandes redes coletivas de troca de ideias e práticas.
Por tudo isso, é mais do que oportuno e bem-vindo o Prêmio Escolas Sustentáveis, iniciativa da Santillana, da Organização de Estados Ibero-americanos (OEI) e da Fundação Santillana. O objetivo é justamente reconhecer e premiar as instituições educacionais do Brasil, do México e da Colômbia que se destacam no desenvolvimento de práticas sustentáveis em suas rotinas, promovendo o amadurecimento da consciência socioambiental de crianças e jovens e das respectivas comunidades escolares.
Neste prêmio, serão avaliados diversos aspectos da sustentabilidade, como a gestão ambiental, ações sociais e boas práticas de governança. Além disso, as instituições terão a possibilidade de compartilhar suas experiências e conhecimentos com outras escolas, em um processo de aprendizagem em rede.
Os impasses ambientais da humanidade devem ser enfrentados por toda a sociedade – pois são muito maiores do que a instituição escolar. Mas, é certo que o caminho passa pela educação das novas gerações. Precisamos preparar pessoas para lidar com a complexidade crescente dos desafios que ameaçam a vida no planeta Terra, nossa casa comum. Por isso, mais uma vez, transformar a escola é transformar o mundo.
Luciano Monteiro, diretor Global de Comunicação e Sustentabilidade da Santillana e Raphael Callou, diretor da Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) no Brasil.