A expansão do portfólio de produtos e serviços, juntamente com o controle e a eficiência operacional, levaram o PicPay a ter lucro ajustado de R$ 58 milhões no primeiro semestre, revertendo a perda de R$ 656 milhões apurada no mesmo período de 2022.
O resultado positivo confirma o ponto de virada da companhia, que no ano passado atingiu o break-even 18 meses antes do previsto. O equilíbrio financeiro aliado à escala de serviços também fez o PicPay se posicionar como um ecossistema financeiro completo e começar a segmentar a base.
"Fizemos movimentos importantes, como a aquisição da BX Blue, a construção da unidade de Investimentos e a incorporação do varejo do Banco Original. Isso nos ajudou a acelerar nossa capacidade de expandir o ecossistema, com mais produtos de investimentos, crédito, cartões e seguros, além de outros diferenciais, sem perder o foco na rentabilidade. Esse equilíbrio nos levou ao terceiro resultado positivo consecutivo e nos dá confiança para seguirmos para o próximo passo, que é oferecer uma proposta de valor personalizada para cada tipo de cliente", diz Eduardo Chedid, CEO do PicPay.
A segmentação será dividida em diferentes públicos e vai incluir a alta renda. Hoje, o aplicativo parte de uma base de mais de dois milhões de clientes afluentes, mais do que alguns players consolidados têm hoje.
Nos últimos meses, foram lançadas soluções com foco nesses usuários, como CDBs com diferentes prazos, remunerações e de outros emissores, seguros que englobam Open Finance, features como alerta de preços para quem transaciona criptomoedas, novas empresas para investir via P2P Lending com retornos atrativos, e o Conta das Contas, que permite movimentar qualquer conta pelo PicPay e reúne mais de 1,5 milhão de usuários e R$ 17 milhões transacionados no Open Finance.
No próximo semestre, a companhia também vai lançar novas vertentes de cartão Black e Platinum com programa de pontos com mais vantagens, além de novos produtos de investimentos, como fundos, e o atendimento via gerentes.
"Estamos saindo de uma abordagem de 'one-size fits all' para uma comunicação personalizada e sob medida para cada segmento de cliente", explica André Cazotto, diretor de RI, Estratégia e M&A do PicPay.
Com a prateleira mais robusta, os usuários antigos agora usam os serviços com maior agilidade e os novos usuários adotam o ecossistema rapidamente, logo no primeiro trimestre de experiência, consumindo três produtos em média. Antes, levava-se cerca de oito meses para isso. Os Cofrinhos são um exemplo disso e somam quase quatro milhões criados em apenas seis meses com R$ 2 bilhões investidos. O TPV, por sua vez, totalizou R$ 116 bilhões, um crescimento anual de 32%, e demonstra a força e a escala do modelo de negócio.
Os números de engajamento e crescimento da base devem crescer em um ritmo maior no próximo semestre, especialmente com a nova campanha "Sua vida com mais pique", estrelada por Sabrina Sato, Sheron Menezes e Rodrigo Lombardi, lançada neste mês. Apenas em agosto, o PicPay deve adicionar aproximadamente 900 mil novos clientes ao ecossistema.
Crescimento com rentabilidade
O maior engajamento da base, aliado ao cross sell, levou a receita líquida a crescer 21% na base anual, a R$ 1,5 bilhão. A mesma estratégia, somada ao controle e alocação efetiva de custos e despesas, contribuiu para a empresa alcançar uma margem bruta de R$ 817 milhões no primeiro semestre de 2023, um crescimento de 111% em relação ao primeiro semestre de 2022. A margem chegou a 53% ante 31% no ano passado, graças ao aumento da eficiência e redução de custos. No semestre, o PicPay também registrou EBITDA ajustado de R$ 123 milhões contra uma perda de R$ 403 milhões no mesmo período do ano anterior.
Para a próxima metade do ano, a companhia também espera acelerar o crescimento da receita e a base de usuários ativos enquanto entrega rentabilidade, embora não deva maximizar os lucros devido às integrações e aos investimentos em novas avenidas de crescimento, como a recente unidade de negócios de Investimentos, a expansão de serviços financeiros para o público PJ e a entrada no mercado de benefícios corporativos
"Neste ano, lançamos diversos produtos e serviços com foco na estratégia de expandir nosso ecossistema financeiro para nos tornarmos a principal conta dos usuários ao longo do tempo. Esse objetivo deverá permanecer pelo próximo semestre, baseado também na rentabilidade e maior eficiência operacional", reforça Cazotto.