O coordenador de Apoio à Pesquisa, Desenvolvimento e Aplicações do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq), Alexandre Motta, destacou nesta sexta-feira, 25, que o Brasil investe apenas 0,55% do PIB em pesquisa, desenvolvimento e inovação, enquanto as demais nações emergentes destinam até 2,5%.
A declaração de Motta foi feita durante reunião do projeto Sextas da Inovação, promovido pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
O coordenador do CNPq também mostrou os resultados dos programas CI-Brasil e Startup Brasil, que dão apoio a empresas na área de inovação tecnológica. Segundo ele, o Startup Brasil, criado em 2013, atua em parceria com empresas privadas, as aceleradoras. Para Motta, isso mudou completamente o viés do programa e ajudou no sucesso das startups selecionadas. Até hoje, o programa já apoiou 183 startups, sendo que 135 ainda estão funcionando.
Apesar do relativo sucesso dos programas, o presidente da Associação de Startups e Empreendedores Digitais (Asteps), Hugo Giallanza, observou que o índice de mortalidade dessas empresas é alto — de cada 100 apenas uma empresa sobrevive. As incubadoras, na avaliação dele, ajudam os novos empreendedores a entender e a inserir seus produtos no mercado.
Giallanza ponderou ainda que o fomento público é essencial, mas alertou que as startups não podem ficar dependentes desse recurso. "Tem de começar com dinheiro próprio e tentar sobreviver e validar o negócio, para depois ir em busca de apoio. A maior riqueza das startups são as pessoas."
Motta defendeu que o Brasil precisa de pesquisadores com perfil de empresários. "Hoje, 50% do fomento público para pesquisa e desenvolvimento é para a área de humanas. O Brasil precisa desenvolver engenharia."