Apesar dos solavancos da economia americana, a remuneração dos presidentes-executivos (CEOs) de grandes empresas de tecnologia dos Estados Unidos no ano passado foi maior do que a obtida em 2010. De acordo com dados enviados pelas companhias à Security Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais daquele país, somando o pagamento de opções de ações, bônus e cláusulas de benefícios em contrato de trabalho, os CEOs receberam mais de US$ 50 milhões cada um.
As empresas justiticam os megapacotes de benefícios como sendo o preço a ser pago para os responsáveis por conduzir os negócios, e que os bônus são necessários para atrair e reter gestores qualificados. Especialistas ouvidos pelo jornal USA Today observam, porém, que num momento em que os salários pagos a executivos tornaram se um ponto sensível das críticas de políticos e movimentos como o Occupy Wall Street, esse argumento não é convincente. Além disso, muitos sustentam que as empresas estão se enganando ao dizer que essa política é necessária para atrair e manter talentos.
Entres os CEOs está Tim Cook, da Apple, que recebeu US$ 378 milhões, incluindo US$ 376 milhões em ações, com a substituição do falecido Steve Jobs. Outros nomes são o de Paul Jacobs, da Qualcomm, que amealhou US$ 50,6 milhões, incluindo US$ 28,9 milhões em opções de ações, e de Ed Breen, da Tyco International, que embolsou US$ 68,9 milhões, incluindo ações e a opção de ganhos de US$ 52,4 milhões.
Os pacotes de benefícios para executivos demitidos ou que deixaram seus cargos em razão de fusões e aquisições foram ainda mais lucrativos. O ex-CEO da IBM, Sam Palmisano, que deixou a empresa em 1º de janeiro, recebeu US$ 170 milhões, boa parte desse dinheiro, claro, pago em ações da empresa.O CEO da Motorola Mobility, Sanjay Jha, colocou no bolso mais de US$ 65 milhões. A compra da empresa pelo Google, cuja proposta foi feita em agosto do ano passado, passa por aprovação de órgãos regulatórios nos Estados Unidos e Europa.
