A pergunta que todo executivo faz quando se depara com a necessidade de decidir sobre a compra ou não de qualquer ferramenta é se ela eliminará todos os erros que o tiram o sono. É claro que a resposta para ele é sempre sim, mas todos, inclusive o próprio executivo, sabem que não é verdade.
A maneira pela qual deveria ser apresentada uma solução de gerenciamento de configuração não é como a salvadora da pátria e que depois dela nunca mais teremos problemas. A maneira correta da apresentação é quantos problemas deixaremos de ter com a implantação da ferramenta.
A ferramenta por si só não impede o erro, até porque, sendo uma ferramenta, é necessária a intervenção humana para ser configurada. Quanto melhor estiverem os processos e os detalhes de cada sistema configurado e testados na ferramenta, menos será a incidência de erro no momento do deploy.
Mudar os padrões de preocupação de toda área de TI é o grande apelo para quem deseja implantar uma ferramenta de gerenciamento de configuração, atualmente as empresas que não possuem este tipo de ferramenta mal consegue acreditar que é possível viver em um ambiente administrado e previsível sem os solavancos e falta de previsibilidade causados pelos ambientes que são geridos manualmente.
O grande desafio não é implementar e operacionalizar a ferramenta, mas sim conseguir convencer os descrentes sentados nas cadeiras de decisão que é possível atingir ótimos resultados e uma redução drástica dos erros com a implantação da ferramenta. Além dos pessimistas de plantão no board, é comum encontrar outros pessimistas espalhados pelas áreas de TI. Estes, por medo de perder o emprego, atacam veementemente a aquisição de uma ferramenta que diferente do que pensam, não irão tirar o seu emprego, pelo contrário, aumentarão suas possibilidades de crescimento.
Uma dica importante é o convencimento multidirecional; para o board, apresentar a redução de custos com a implantação da ferramenta, principalmente se ela for adquirida no modelo de serviços continuados e não de investimento na compra de licença. Desta maneira, uma análise simples dos custos com horas extras do último ano com deploys normalmente é o suficiente para mostrar a economia.
Na outra direção, mostrar as possibilidades de crescimento profissional para os técnicos que acreditam que a implantação de uma ferramenta irá colocar em risco seu emprego. E isso, tanto para o time de operação quanto para o time de suporte. Ambos já integraram em seus salários as horas extras provenientes das horas gastas para recuperar o ambiente que foi descontinuado com um deploy mal sucedido.
Alberto Marcelo Parada, formado em administração de empresas e análise de sistemas, com especializações em gestão de projetos pela FIAP. Já atuou em empresas como IBM, CPM-Braxis, Fidelity, Banespa, entre outras. Atualmente integra o quadro docente nos cursos de MBA da FIAP, além de ser diretor de projetos sustentáveis da Sucesu-SP.