A EDS Brasil ampliará a oferta de serviços offshore, que hoje representa 12% do volume de negócios da empresa. Para isso, deve contratar neste ano aproximadamente mil profissionais para atender ao mercado global. Esse movimento teve início no ano passado, quando a empresa encerrou o ano com cerca de 1,4 mil pessoas na área de exportação de serviços. ?Hoje exportamos, além de software, infra-estrutura e full outsoucing de processos de negócios para diversos clientes globais nos Estados Unidos e Canadá?, comenta Alex Jacobs, coordenador de projetos offshore da EDS para a América Latina.
Para atender ao mercado global e se tornar mais competitiva, a empresa aposta nos megacentros de excelência que estão sendo criados na Índia, China, Leste Europeu e América Latina. O Brasil e a Argentina são os dois países da região onde a EDS planeja abrir esses centros. ?Eles comportarão milhares de profissionais das três linhas de negócios da EDS (BPO, ITO e desenvolvimento de sistemas) e terão o que existe de melhor no mundo em capacitação, infra-estrutura, segurança, privacidade de dados, processos, tecnologia, entre outros?, diz Jacobs.
O executivo avalia que o offshore continuará crescendo aceleradamente, uma vez que já é uma realidade da globalização, como a demanda por custo, velocidade, produtividade e qualidade. ?Um exemplo desse crescimento é que em 2005 a EDS mundial tinha cerca de 15 mil funcionários em locais denominados bestshore. Em 2006 chegamos a quase 32 mil, para este ano o compromisso é ter 39 mil profissionais e em 2008, 45 mil?, comenta.
A EDS é sócio-fundadora do IBCD (Instituto Brasil para Convergência Digital) que juntamente com outros parceiros busca priorizar os pontos que beneficiam a indústria de TI do Brasil como um todo, colaborando com as entidades governamentais no esforço de capturar a janela de oportunidade que se apresenta para o Brasil em ser um destino de bestshore global em serviços de TI?, comenta Chu Tung, presidente da EDS Brasil. Para ele, o Brasil será um dos players do mercado global, mas para tal, todos os segmentos da sociedade têm que se unir em um projeto nacional da indústria de TI e ampliar as vantagens competitivas do país frente a gigantes como a Índia e a China.
Jacobs lembra que o Brasil tem muitas vantagens para se tornar um grande centro de offshore global. Entre elas, cultura ocidental de negócios, mesmo fuso horário em relação às Américas e, principalmente, ao dos EUA, grande mercado interno de TI, presença de empresas globais de tecnologia, estabilidade macroeconômica, estabilidade política, infra-estrutura de primeira linha em energia e telecomunicações (nos aspectos que TI demanda), baixo risco de desastre natural que possa interferir em operações de TI como terremotos, nevascas, enchentes, furacões, entre outros.
?Sem esquecer do fato de não existir risco interno ou externo de terrorismo e a disponibilidade de fontes de energia limpa. Uma das maiores vantagens, no entanto, é que o Brasil possui um mercado interno sólido, maduro e estável que demandou a criação de uma indústria de TI à altura para suportá-lo. As empresas aqui instaladas já possuem especializações de negócio e de tecnologia que tem sido custoso transferir para a Índia e a China?, comenta.