A Telefónica S/A anunciou neste domingo,26, um teste real de uma operação LTE na cidade de Barcelona, em parceria com a Alcatel Lucent e com a Samsung. O teste, que coincide com o Mobile World Congress, visa demonstrar a capacidade de uma rede 4G com a tecnologia lightRadio, da Alcatel Lucent. Segundo Enrique Blanco, CTO da Telefónica S/A, a rede foi implementada com a introdução de 11 microcélulas LTE sobre a rede 3G da operadora e permite, imediatamente, a ampliação em 4 vezes da velocidade final ao usuário e a entrega de velocidades de até 100 Mbps. Segundo ele, a expectativa no caso da Espanha é em uma ampliação da ordem de 30 vezes no tráfego de dados nos próximos 5 anos sobre os 5 petabytes trafegados em 2011. "Para dar conta desse crescimento, a rede atual é insuficiente. Na atual estrutura, conseguimos expandir em no máximo 10 vezes a nossa capacidade, de tráfego", disse, ao explicar a opção por uma tecnologia como a da Alcatel Lucent, baseada em micro-células LTE.
Segundo Blanco, o teste com a Alcatel não significa, contudo, que ela será o fornecedor em outras operações comerciais de 4G. "A Alcatel Lucent tem sido um parceiro importante no nosso passado e no nosso presente, e será sem dúvida um grande parceiro no futuro, mas as possibilidades estão abertas e todos os fornecedores estão sendo consultados", disse em coletiva à imprensa. A primeira operação comercial do grupo Telefônica com LTE deve ter início na Alemanha no segundo semestre deste ano. Na Espanha deve começar em seguida, pelo menos nos grandes centros. "Nos demais países, é uma questão de demanda de mercado", disse Blanco, especificamente sobre a América Latina. "O que estamos fazendo desde já em todas as operações é preparando a rede para dar suporte à infraestrutura 4G tão logo ela seja necessária", disse o executivo.
Ele apontou especificidades de cada país em relação a frequências, questões regulatórias e realidades de mercado para justificar o cronograma diferenciado. Na América Latina, provavelmente a primeira operação LTE do grupo será no Chile, onde o processo de licenciamento de espectro está mais avançado, seguido do Brasil. No teste de Barcelona, está sendo utilizada a frequência de 2,6 GHz (equivalente ao 2,5 GHz no Brasil), mas Enrique Blanco reconheceu que a preferência da operadora é pela faixa de 800 MHz (equivalente ao que no Brasil seria a faixa de 700 MHz) pela sua capacidade de cobertura com menores necessidades de investimento.
Sobre a preparação da rede de transporte, Blanco disse que a tecnologia preferencial da Telefônica é por um backhaul em fibra, mas isso também depende da realidade de cada mercado. "Na Espanha, 80% de nossas ERBs estão ligadas com fibra, mas isso pode mudar dependendo da realidade de cada país. Agora, tecnicamente, essa é sem dúvida a nossa primeira opção", disse ele.
A Telefónica, contudo, está interessada em ter espectro em todas as faixas. "Nosso planejamento prevê ter o espectro de maior qualidade que consigamos em todos os países", disse Blanco.
Para Enrique Blanco, o surgimento de uma tecnologia LTE já viável comercialmente não faz com que a rede 3G esteja esgotada. "É uma questão de demanda, daquilo que o usuário precisa. Em mercados em que não há ainda uma saturação do potencial da rede 3G, não há razão para iniciar já a rede 4G, mas é preciso já preparar a rede para isso", disse.
Segundo o vice-presidente de redes wireless da Alcatel Lucent, Win Sweldens, a tecnologia adotada com os testes da Telefónica permite uma redução de 35% da energia consumida pela rede. Trata-se de uma rede com capacidade para upload de video HD em tempo real, conferencia em tempo real, cloud gaming e realidade aumentada. A Samsung foi a parceira no teste do lado do dispositivo, e anunciou o lançamento do Galaxy Tal 8,9 com conexão LTE.